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Parceria entre Macalé e Donato celebra carreira de 60 anos de ambos

Antes de sair em turnê com o álbum <i>Coração Bifurcado</i>, Jards Macalé tem um encontro com um colega compositor, que não ganhou a alcunha de "maldito" – a ele, coube, igualmente inapropriado, algo como "irreverente" -, mas tem um universo tão particular quanto o seu: João Donato.

Nesta quinta, 18, na Casa Natura Musical, Macalé e Donato apresentam o show do álbum Síntese do Lance, lançado em 2021. O disco trouxe a união dos dois compositores, depois de 60 anos de carreira de ambos. Em entrevista ao Estadão, Macalé contou como o álbum foi feito. "Na pandemia, a primeira coisa que comecei a fazer foi compor. A combinação foi o João fazer uma parte, eu completar e fazer outras."

<b>PARCERIAS</b>

Juntos, eles assinaram apenas uma das 10 composições, Côco Táxi. A música faz uma analogia entre o balanço do triciclo usado como táxi na cidade de Havana, Cuba, e o universo musical de Donato.

As demais faixas foram feitas em parceria com outros compositores, entre eles, Ronaldo Bastos, Joyce Moreno e Sylvio Fraga. A música que dá nome ao trabalho foi composta por Donato e o músico Marlon Sette, em cima de um tema popular, ligado ao universo das religiões afro-brasileiras.

Na época do lançamento de Síntese do Lance, os dois compositores trocaram elogios. Macalé declarou que Donato foi um dos músicos que ele mais ouvia, ao lado de Johnny Alf, João Gilberto e Tom Jobim. Faltava, ele disse, uma aproximação maior com Donato, que se concretizou com esse álbum.

Donato resumiu o encontro como uma "aventurança" e disse que estar ao lado de Macalé era um constante "clima de alegria" – quem já foi a um show de Donato sabe que a diversão é algo que impera no palco e na interação que o músico estabelece com a plateia.

Uma das brincadeiras entre eles foi fazer a capa – e as fotos de divulgação do álbum – quase nus, ora rodeados por folhagens de um jardim, ora só segurando uma partitura e um disco, usando apenas meias coloridas. Em outra imagem, eles aparecem de cueca, sobretudo e chapéu.
"A música deveria ser vendida em farmácia. É um ótimo remédio contra a tristeza", disse Donato ao <b>Estadão</b>.

Antes do show, o DJ paulistano Nuts faz a discotecagem com músicas ligadas ao hip-hop.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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