A instabilidade norteia o Ibovespa nesta segunda-feira, 18, numa indicação de cautela dos investidores, que estão à espera da divulgação de importantes decisões de política monetária. Serão definidas as taxas de juros do Brasil, Estados Unidos, China, Japão e Inglaterra nos próximos dias, enquanto hoje a agenda está esvaziada, o que também favorece a falta de direção.
Após abrir no zero a zero (118.758,67 pontos), o Ibovespa subiu 0,61%, na máxima aos 119.485,90 pontos. Contudo, a alta logo cedeu espaço para queda, com a mínima batendo 118.388,03 pontos (-0,31%). Em Nova York, as bolsas também alternam leves altas com moderadas baixas. Aqui, as ações da Petrobras sobem. Os papéis avançam, em meio à valorização do petróleo no exterior.
A falta de motivadores nesta segunda-feira deixa os investidores incertos, um pouco mais cautelosos em relação à política monetária mundial à frente. São esperadas manutenção dos juros nos EUA e queda da Selic no Brasil, na quarta-feira. Porém, há incertezas quanto ao futuro.
"O exterior claramente está à espera do Fed. Não é esperado aumento dos juros, mas há dúvidas em relação ao que vai mostrar na comunicação, quais serão os próximos passos", diz Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.
A economista-chefe do TC, Marianna Costa, estima que o Fed deixará as "portas abertas" para um novo aperto, se necessário, após o encontro desta quarta, para o qual estima manutenção dos juros. Na última semana, Marianna lembra que tanto a inflação ao consumidor (CPI) como no atacado (PPI) nos Estados Unidos vieram pressionadas por combustíveis e aluguel, e os dados de atividade seguem na ponta positiva. "Os agentes de mercado seguem divididos sobre uma alta adicional de 25 pontos até o fim de 2023. O comunicado ganha relevância neste contexto", avalia.
Quanto ao Brasil, Ashikawa, da Claritas, diz que o Copom não deve fugir muito da linha do Fed no sentido de atrair as atenções ao comunicado. "É consensual um corte de meio ponto porcentual da Selic. O BC tende a continuar mostrando que continuará com esse plano de voo, de corte de 0,50 ponto, ficando também dependente dos dados, como o BC americano", estima.
Para Marianna, do TC, o comunicado do Copom também é o foco das atenções no Brasil, dado que é esperado alguma avaliação sobre a queda recente da inflação que possa abrir espaço para que o BC acelere o ritmo do afrouxamento monetário em curso. "Após a divulgação do IPCA de agosto, cresceu a probabilidade implícita na curva de juros de que um corte superior a 0,50 ponto porcentual possa ocorrer na última reunião de 2023", diz Marianna.
Para a Guide Investimentos, o Banco Central deve diminuir a Selic em meio ponto porcentual, "conforme sinalizou anteriormente", e antecipar nova redução de mesma magnitude para a reunião seguinte. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano.
Nesta segunda-feira, o boletim Focus trouxe novas reduções nas projeções para o IPCA. A projeção para a inflação oficial desta ano passou de 4,93% para 4,86%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção baixou de 3,89% para 3,86%.
Ainda segue no radar dos investidores a expectativa de avanço da pauta fiscal do Brasil. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que pretende concluir a votação da PEC da Reforma Tributária ainda em outubro.
Às 11h19, as ações da Petrobras subiam 1,68% (PN) e 2,17%, com o petróleo avançando entre 0,55% (Londres) e 0,96% (Nova York). Vale ON caía 0,13%, após o minério de ferro fechar em baixa de 0,17% em Dalian, na China. O Ibovespa subia 0,27%, aos 119.081,74 pontos.