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Paris e Los Angeles defendem candidaturas e dupla definição de sedes olímpicas

Depois que Los Angeles e Paris apresentaram nesta terça-feira, em Lausanne, na Suíça, os seus respectivos planos de candidaturas para abrigar os Jogos Olímpicos, os prefeitos das duas cidades afirmaram que poderiam trabalhar juntos em um acordo para que haja uma dupla definição das sedes das edições de 2024 e 2028 do grande evento.

Em suas apresentações desta terça, as duas cidades usaram os 45 minutos determinados para cada uma com a exibição de vídeos e por meio de discursos, entre os quais o do novo presidente da França, Emmanuel Macron, que defendeu a candidatura de Paris durante uma sessão fechada com membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para explicar como a capital do seu país pretende abrigar os Jogos de 2024.

Estes membros deverão votar ainda nesta terça a possibilidade de já definir de forma conjunta, no próximo dia 13 de setembro, durante encontro do COI em Lima, no Peru, as sedes da Olimpíada de 2024 e 2028. Para este tipo de aprovação inédita na história da escolha das cidades que abrigam os Jogos, as candidatas terão de contar provavelmente com o apoio dos líderes da entidade em um consenso que ocorreria ao mesmo tempo em que Paris hoje é vista como favorita a ser eleita sede da Olimpíada de 2024.

“Estamos ansiosos para trabalhar juntos talvez não em uma competição, mas em colaboração com Paris”, afirmou nesta terça-feira o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, se referindo ao fato de que a cidade norte-americana não necessariamente precisará concorrer diretamente com a capital francesa para ser eleita sede olímpica.

Antes de possível aprovação por parte do COI de uma definição conjunta das sedes dos Jogos de 2024 e 2028, Los Angeles é inicialmente uma adversária direta de Paris na luta para receber a Olimpíada que acontecerá daqui a sete anos. Garcetti, entretanto, deixou claro que seria favorável a um acordo conjunto para definição simultânea das sedes de 2024 e 2028 ao dizer nesta terça que a cidade norte-americana está “pronta para abrigar os Jogos em dois meses ou em duas décadas”.

Garcetti e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, já possuem um histórico de boas relações em outras questões, como por exemplo no que diz respeito à forma de combater de forma responsável os problemas climáticos crescentes que afetam o mundo em consequência do aquecimento global. E Hidalgo ressaltou nesta quarta em seu discurso que vê a sua amizade com Garcetti com um potencial “elemento chave” para alcançar um acordo entre a capital francesa e Los Angeles.

Um acordo para definição de duas sedes olímpicas de uma só vez, após Tóquio, no Japão, ter sido eleita o palco dos Jogos de 2020, poderia trazer ao COI uma década de estabilidade na esteira destas duas sedes históricas que apresentaram propostas financeiramente seguras de candidatura. Los Angeles, palco das edições de 1932 e 1984 da Olimpíada, também já mostrou que não há risco de seus locais de competição se tornarem “elefantes brancos”, ao contrário do que já aconteceu com outras sedes olímpicas, entre elas o próprio Rio de Janeiro, que abrigou os Jogos de 2016.

Este possível acordo também livraria Paris de amargar mais um fracasso em sua tentativa de receber uma Olimpíada, o que só conseguiu há muito tempo, em 1900 e 1924. Depois disso, foi derrotada em suas candidaturas para as Olimpíadas de 1992, 2008 e 2012. O mesmo vale para os Estados Unidos, que não tiveram sucesso com Nova York e Chicago como aspirantes respectivamente aos Jogos de 2012 e 2016. “Nós perdemos três vezes, não queremos perder pela quarta vez”, afirmou Mácron ao defender nesta terça a candidatura de Paris. “Estou aqui para transmitir a mensagem de que há uma forte unidade para apoiar esta candidatura”, completou.

Minutos depois do discurso de Macron, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou a sua página na rede social Twitter para ressaltar: “Trabalhando duro para conseguir a Olimpíada para os Estados Unidos (L.A.). Fique ligado”.

Garcetti, por sua vez, enfatizou que o movimento olímpico “não pode perder os Estados Unidos” e deixou claro que a aprovação simultânea das duas candidaturas para os Jogos de 2024 e 2028 evitaria a possibilidade de que uma das cidades perdedoras em uma disputa entre elas desistissem de concorrer a uma próxima Olimpíada. “Ambos nós encontraremos mais e mais dificuldades de convencer cidades – seja Paris, Los Angeles ou outras cidades americanas – a realmente entrarem neste processo se uma de nós tiver a candidatura rejeitada”, afirmou Garcetti.

Se houver este acordo com a aprovação do COI, Paris receberia os Jogos de 2024 e Los Angeles seria a primeira sede olímpica de uma edição da grande competição desde 1996, quando Atlanta foi o palco da Olimpíada. E caso ocorra esta aprovação, como vem sendo esperado que aconteça, o Comitê Executivo do COI poderia alinhavar um futuro acordo que permitiria escolher a sede dos Jogos de 2024 antes mesmo do encontro da cúpula da entidade em 13 de setembro, em Lima.

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