A nove dias de expirar o prazo para exoneração dos cargos comissionados do Poder Legislativo, deve sair nesta quarta-feira o agravo movido Câmara que caça a liminar que obriga a Casa a demitir mais de 600 assessores. Parlamentares demonstram indignação e acreditam que trabalhos na Casa serão prejudicados.
"Vamos aguardar o resultado do agravo para traçarmos estratégias a ponto de evitar que se concretizem as demissões", explica o vereador e presidente da comissão técnica permanente de administração, Ricardo Rui (PPS).
Com 19 assessores trabalhando em seu gabinete, Lamé (PTdoB) demonstra preocupação com o funcionamento do Legislativo após o prazo estabelecido pela justiça de até 24 de setembro para exoneração dos cargos. "Nem na ditadura militar havia interferências nos trabalhos do Legislativo. Caso se confirme a decisão iremos fechar o escritório político e o gabinete e passarei a realizar os meus trabalhos sem os assessores.", destaca.
Para o parlamentar Eduardo Carneiro (PSL), mesmo com as dificuldades proporcionadas pela liminar, os vereadores têm de acatar e buscar alternativas para solucionar a falta de assessores. "Fica complicado trabalhar sem estes profissionais. Os funcionários estão se desdobrando para atender as demandas e mesmo assim encontram dificuldades para executá-las. Acredito na sensibilidade e no bom senso para resolver esta situação".
Demonstrando cautela ao se referir sobre o assunto, o presidente Paulo Sérgio (PV) prefere aguardar as decisões que estão por vir para se pronunciar em nome da Casa. "Vamos aguardar o resultado do agravo para definir o que pode ser feito", finaliza Sérgio. A liminar que obriga a Casa a exonerar os comissionados foi expedida pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública, Rafael Tocantins Maltez, em 24 de agosto.