Centenas de manifestantes pró-governo se reuniram diante do Congresso da Venezuela nesta quinta-feira enquanto legisladores debatiam como remover o presidente socialista do país, Nicolás Maduro, do seu cargo, em um cenário de crescente polarização política.
Alguns congressistas de oposição disseram que foram agredidos com paus e canos enquanto caminhavam entre a multidão de apoiadores do governo de Maduro, que estavam a caminho do prédio da Assembleia Nacional, altamente protegido por militares. Líderes de oposição convocaram partidários para um comício diante do Congresso nesta quinta-feira, mas em vez disso acabaram indo manifestantes pró-governo.
Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de Caracas e de outras cidades da Venezuela ontem pedindo que Maduro renuncie. Os opositores do presidente terminaram o dia de protesto com a convocação de uma greve geral na próxima sexta-feira. Em resposta, o líder socialista Diosdado Cabello disse que qualquer empresa que aderir à greve será tomada por trabalhadores e militares.
A oposição também convocou uma marcha no palácio presidencial no dia 3 de novembro, caso o governo não reverta a decisão de impedir o referendo revogatório. Críticos à administração socialista não são autorizados a protestar em frente ao palácio em Caracas desde uma grande marcha que resultou em um golpe fracassado contra o então presidente Hugo Chávez, em 2002.
O debate no Congresso não tem tanto impacto, já que a Assembleia Nacional não pode destituir um presidente. Esse poder cabe à Suprema Corte, que nunca votou contra Maduro e que criou uma regra segundo a qual o presidente pode ignorar leis que passam pelo Congresso. Fonte: Associated Press.