Internacional

Partido anti-imigração ameaça reduto político de Merkel nas eleições regionais

Pela primeira vez em uma eleição, o partido anti-imigração de direita, Alternativa para a Alemanha (afD) ganhou mais votos que o partido de centro-direita da chanceler Angela Merkel, União Democrata-Cristã (CDU) neste domingo, na região de Mecklemburgo-Antepomerania, no nordeste do país, de acordo com a última projeção dos votos.

O partido de centro-esquerda social-democrata (SPD) ganhou a maioria dos votos na região, com 30,5%, mostraram as projeções iniciais da Infratest Dimap, após o fechamento das urnas. O líder do partido no estado, Erwin Sellering, deve continuar seu governo como primeiro-ministro da região.

O anti-imigração afD, de apenas 3 anos de existência, deve ficar com 21% dos votos e o CDU de Merkel 19% – o pior resultado para o partido em Mecklemburgo-Antepomerania, estado e reduto político de Merkel.

O resultado inicial das eleições demonstrou o descontentamento público com a política de refugiados de Merkel, que dominou o debate da campanha – especialmente para o afD, que agora ganhou assentos em nove dos 16 parlamentos estaduais da Alemanha, ganhando força para as eleições nacionais, que ocorrem em setembro.

Sob pressão vinda do afD, Merkel revelou uma gama de novas iniciativas para parar o fluxo de imigrantes e para convencer os alemães de que ela os está mantendo seguros. Embora o número de pessoas pedindo asilo tenha diminuído bastante em comparação com o ano passado, dois ataques terroristas perpetrados por requerentes de asilo em julho deixaram a população preocupada em relação a segurança e as implicações da chegada de novos imigrantes. A taxa de aprovação de Merkel caiu para 45%, o menor nível em cinco anos.

Os resultados da eleições regionais neste domingo “são amargos para todos no nosso partido”, disse o secretário-geral do CUD, Peter Tauber.

Merkel está na China na cúpula do G-20 e não deve comentar sobre o resultado da votação. Ela ainda deve anunciar se irá concorrer a um quarto mandato nas eleições nacionais, em setembro. Fonte: Dow Jones Newswires.

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