O Partido Democrático do Japão, o principal da oposição no país, escolheu como líder a parlamentar Renho Murata, de 48 anos. Com pai taiwanês, a política é a primeira pessoa com herança étnica mista a comandar um dos principais partidos políticos no país.
Em seu terceiro mandato na Câmara Alta, Murata é uma mostra da crescente influência dos cidadãos japoneses com ao menos um pai estrangeiro. Ela disse que terá discussões dentro do partido sobre como o Japão pode promover valores de diversidade e coexistência.
Murata já foi ministra e é mãe de dois filhos. Ela é a primeira mulher a liderar a oposição desde Takako Doi, que foi líder do Partido Social Democrata de 1986 a 1991.
Caso o Partido Democrático do Japão chegasse ao poder, Murata estaria posicionada para ser primeira-ministra, porém a sigla tem um longo caminho para superar o Partido Liberal Democrático, do premiê Shinzo Abe. Os governistas apareceram com 40% das intenções de voto em pesquisa de setembro da emissora NHK, ante apenas 8% do Partido Democrático do Japão.
Murata nasceu em Tóquio de pai taiwanês e mão japonesa. Ela foi criada falando apenas japonês, mas quis aprender mais sobre suas raízes, abandonou a carreira de apresentadora de jornal na televisão e foi estudar mandarim na Universidade de Pequim entre 1995 e 1997. Na terça-feira, a política reconheceu que, diferentemente de declarações anteriores, ela também tem cidadania taiwanesa, mesmo após adotar a cidadania japonesa aos 17 anos. O Japão obriga seus cidadãos a ter apenas uma nacionalidade, embora não haja punição para os que possuem também outra. Murata disse que já preencheu a papelada para renunciar à nacionalidade taiwanesa.
A líder partidária diz que a política de Abe deixou muitas pessoas para trás, entre elas famílias com apenas um pai e estudantes com financiamentos para pagar. Ela pede que os impostos sobre os ricos sejam elevados, bem como um imposto maior sobre ganhos de capital. Fonte: Dow Jones Newswires.