O avanço da ocupação, com geração de vagas tanto formais quanto informais, foi um destaque do mercado de trabalho no trimestre móvel encerrado em agosto, mas os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), mostram que a recuperação foi puxada pela informalidade.
Das 3,480 milhões de vagas criadas em um trimestre, 2,387 milhões foram em ocupações tidas como informais. Já dos 8,522 milhões de postos gerados na comparação como trimestre móvel terminado em agosto de 2020, 6,056 milhões são em ocupações informais, segundo o IBGE.
"É nítido que o que realmente contribuiu para a expansão da ocupação são os trabalhadores informais", afirmou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Com o crescimento do trabalho informal, o País alcançou uma taxa de informalidade de 41,1% no mercado de trabalho no trimestre móvel até agosto, com 37,099 milhões de trabalhadores atuando informalmente. Ainda assim, esse contingente está abaixo dos níveis pré-pandemia. O auge desse contingente foi registrado em fins de 2019, quando o total de informais estava em torno de 38,8 milhões.
No grupo de ocupações tipicamente associadas à informalidade, 10,791 milhões de trabalhadores atuavam no setor privado sem carteira assinada, 987 mil a mais que no trimestre móvel imediatamente anterior, uma alta de 10,1%. Em relação ao trimestre até agosto de 2020, foram criadas 2,036 milhões de vagas sem carteira no setor privado, um salto de 23,3%.
Já o trabalho por conta própria, majoritariamente informal, ganhou 1,036 milhão de pessoas em um trimestre. Em relação ao patamar de um ano antes, há 3,888 milhões de trabalhadores por conta própria a mais, totalizando 25,409 milhões de pessoas, o recorde absoluto da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012, mesmo considerando todos os trimestres móveis mês a mês.