Países que combateram a pandemia de covid-19 com vigor e concederam incentivos fiscais significativos ocupam as primeiras posições de um ranking do crescimento econômico neste início do ano. A avaliação é do economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, que elaborou o ranking considerando o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre.
Pelo levantamento da Austin, o Brasil perdeu sete posições na passagem do último trimestre do ano passado para o primeiro deste ano, caindo para o 19.º lugar, numa lista de 50 economias que já divulgaram seus resultados. Para o economista, o País só conseguiu se manter nesta posição por conta da alta do preço das commodities e pela maior demanda da China – que tiveram impacto positivo nos negócios das empresas exportadoras brasileiras.
Lideram a lista Croácia (crescimento de 5,8% sobre o quarto trimestre de 2020), Hong Kong (5,4%), Estônia (4,8%), Chile (3,2%) e Cingapura (3,1%). Na América do Sul, a Colômbia também ficou à frente do Brasil, com avanço do PIB de 2,9% no período. O Brasil cresceu 1,2% no primeiro trimestre, ante o quarto do ano passado, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"O PIB do Brasil só foi bom porque o preço das commodities (matérias-primas com cotação internacional) está no maior nível desde 2009", disse Agostini ao Estadão/Broadcast. "O resultado do PIB no primeiro trimestre não reflete a nossa realidade doméstica, que é uma recuperação ainda descompassada, muito do lado da produção para o exterior e menos para o consumo doméstico, que está acontecendo ainda em passos lentos", completou o economista.
Após os dados divulgados nesta terça, 1º, vários analistas do mercado financeiro revisaram para cima suas projeções para o crescimento econômico em 2021, mas a Austin Rating manteve inalterada sua estimativa, de 3,3%. Para 2022, a agência de classificação de risco espera crescimento de 3%.
Segundo Agostini, apesar de indicações de um maior crescimento em 2021, algumas incertezas ainda estão na mesa, como possíveis novas altas da taxa básica de juros (a Selic, hoje em 3,5% ao ano); os efeitos da crise hídrica; o processo lento de imunização contra o covid-19; a forte elevação dos custos de produção, com destaque para as altas recordes dos preços das commodities; o cenário fiscal ainda fragilizado; e a redução dos estímulos monetários nas economias desenvolvidas.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>