Cidades

Passageiros optam por lotações e intermunicipais para driblar sistema

Falta de informações leva a busca de alternativas viáveis

Passados 13 dias desde o início do funcionamento com integração do Bilhete Único junto ao novo sistema de transporte público, os usuários buscam alternativas para driblar as dificuldades que ainda persistem como adquirir o cartão ou se encontrarem com os destinos dos ônibus e micros-ônibus e as múltiplas baldeações.

Com isso, as lotações – que ainda circulam com liminares – e até os coletivos intermunicipais tornaram-se as opções para os passageiros. Isso implica até em arcar com um custo maior em passagens e sobram elogios às lotações que fazem a ligação direto dos bairros ao Centro.

A aposentada Ester Moraes, 57, é um exemplo. Por falta de informações consistentes, preferiu pegar um intermunicipal do bairro onde reside, na Vila Rio, até o Centro, onde passaria por uma consulta na avenida Tiradentes. "Os ônibus parecem ter sido jogados, faltou entregarem panfletos. Como para onde vou não sei se tem ônibus, vim de Armênia mesmo", afirma.

Antes contestadas por muitos usuários, hoje as lotações viraram a solução e são alvo de elogios de quem ainda não possui o cartão. A auxiliar de limpeza Erenildes Guimarães, 41, que faz o trajeto Pimentas-Centro, afirma que nem pensa na possibilidade de usar ônibus e micros-ônibus do novo sistema. "Não pago passagem a mais e com o tempo que perco sentada no Terminal, já estou na metade do caminho com lotação", conta.

Além disso, Erenildes alega não encontrar o cartão. "Por isso prefiro às lotações, só saio quando não tiver mais o táxi do pobre", completa.

Alternativas – A estudante Karolyne Ribeiro, 19, pontua sua escolha pelas lotações devido às dificuldades que o novo sistema oferece. "Acabo de perguntar sobre onde posso comprar o Bilhete Único e disseram que só lá na [rua] João Gonçalves", afirma, enquanto aguarda uma lotação no ponto da Igreja Matriz. "Lotação é o mesmo custo e bem mais rápido", define.

Outra usuária que sofre com o problema "distância" é a ajudante geral Elisabete Vieira, 38, que trabalha no Jaçanã, zona norte de São Paulo.

"Cheguei no Terminal São João às 23h20 e não tinha mais ônibus para o bairro. Fui obrigada a voltar a pé para casa", denuncia.

Segundo Elisabete, fiscais a informaram que os micros-ônibus circulam até 23h55, o que não aconteceu. "Ainda somos obrigados a ouvir de motoristas que estão quebrando galho, por conta do horário. Vou no DP fazer um BO desse absurdo", ameaça.

STT – Mais uma vez, a reportagem questionou a STT sobre aumento de postos de venda do cartão, unidades disponibilizadas para comercialização no mercado e sobre os casos de falta de ônibus nos terminais Cecap e São João depois das 23h20 e 00h, respectivamente. Como nos últimos dias, não houve respostas até o fechamento desta edição.

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