Economia

Patuano: TIM não está à venda, mas pode avaliar proposta

O presidente da Telecom Italia, Marcos Patuano, sinalizou ao mercado que a TIM Brasil, controlada pelo grupo, não está à venda, mas confirmou que irá considerar a possibilidade de venda dependendo do preço.

“Temos uma ideia de criação de valor para o nosso grupo ao ficar no Brasil. Se alguém quer convencer a Telecom Itália a fazer o contrário, isso vai ter um preço”, disse a jornalistas durante entrevista após participar de debate sobre o futuro do mercado de telecomunicações.

Questionado, Patuano negou que a empresa esteja focada atualmente no processo de fusão com a Oi. Ele disse, no entanto, que o mercado brasileiro é muito dinâmico e que todas as opções têm que ser observadas.

“Não estamos nesse processo, nosso foco é o crescimento orgânico da TIM”, afirmou Patuano. Logo depois, porém, acrescentou que “obviamente, não há 50 operadoras no Brasil e todas as possibilidades têm que ser, de uma forma ou de outra, olhadas”.

Patuano confirmou a assessoria do banco Bradesco para estudar oportunidades de fusões e aquisições, mas negou interesse especificamente na Oi. “O estudo do mercado brasileiro tem que ser feito de qualquer forma, e trabalhar com bancos é uma prática comum. Nós trabalhamos com o Bradesco por aqui. Não é especificamente para uma opção. É para ter todas as opções”.

O executivo disse que há poucos mercados no mundo com as perspectivas de crescimento vistas aqui. Na Europa, comparou, há anos os países não têm conseguido expandir a economia. “Como investidores estrangeiros, não estamos muito preocupados com alguma contingência na economia brasileira”, explicou, reiterando visão de negócios no longo prazo.

Ele garantiu que a Telecom Itália deve investir “algo na ordem de bilhões de reais” no Brasil, com aportes no desenvolvimento das redes 3G e 4G. Segundo ele, a empresa está trabalhando no plano estratégico de 2015 a 2017 e deve anunciar uma ampliação dos investimentos no País ainda no começo do próximo ano.

Patuano disse que a consolidação das empresas não é a única possibilidade do setor de telecomunicação no Brasil, mas sugeriu que essa poderia ser a melhor opção para empresas que não conseguem fazer investimentos.

“O grande desafio é ter uma quantidade de operadoras que façam a quantidade suficiente de investimentos para competir”, afirmou o executivo. “É claro que se a empresa não consegue fazer investimentos, talvez a consolidação seja uma boa opção.”

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