Quando subir ao palco do Tom Brasil neste sábado, 16, Paula Toller vai dar ao público aquilo que ele mais quer: uma fileira de hits. Ela e o grupo Kid Abelha, do qual fez parte entre o início dos anos 1980 até 2016, quando, depois de hiatos temporários, a banda chegou ao fim, colecionaram uma porção deles.
Na lista estão Como Eu Quero, de Paula e Leoni, presente no disco de estreia da banda, Seu Espião, Nada Sei, Amanhã É 23 e Lágrimas e Chuva. "É um show de grandes sucessos, para celebrar a conexão afetiva com o público. Um bolo de chocolate musical! Preparei algumas novidades, li pedidos das redes sociais, incluí músicas que não estavam no início da turnê", diz, em entrevista por e-mail ao <b>Estadão</b>.
Uma das que entraram agora nessa retomada é Não Vou Ficar, música de Tim Maia, sucesso na voz de Roberto Carlos em 1969. Segundo Paula, ela aparecerá no show com um arranjo bem inusitado.
A cantora também colocou no repertório músicas que gravou em carreira solo – como Eu Amo Brilhar, lançada em 2020, parceria dela com o violonista Gustavo Camardella. Um pop eletrônico dançante que ela gravou acompanhada do filho, Gabriel Farias, de 31 anos. A letra fala da necessidade de olhar para o futuro e esquecer o passado.
"A mensagem dessa música é olhar para frente, ampliar os horizontes, não ficar preso aos velhos conceitos e preconceitos. Camardella me mandou a música, fiz a letra, levei para o Liminha (músico e produtor), que colocou pimenta, deu essa onda dançante, para extravasar", diz. "E trabalhar com o Gabriel foi descobrir um parceiro independente, com luz própria, que me ensina muito com sua inteligência e curiosidade. Não vou dizer o quanto ele é talentoso, porque seria corujice."
A cantora revela ainda que tem um novo projeto com Gabriel e o marido, o cineasta Lui Farias. Uma série infantil baseada na música Oito Anos (Well, Well, Gabriel), dela e Dunga. Para um próximo disco, Paula diz ter, por enquanto, apenas rascunhos. Durante a pandemia, ela aproveitou o tempo sem shows e viagens para estudar violão, algo que, segundo ela, estava se devendo havia tempos. Dedicou-se também a cuidar do corpo e da cabeça. "O medo e a paranoia são grandes", explica.
Com diabete tipo 1, ela diz que se sentiu aliviada quando pôde se vacinar já no grupo de comorbidades que representam um perigo maior para a covid.
Aos 59 anos, sempre que aparece na mídia, Paula vira assunto também em função de sua aparência jovial. Em relação a isso, ela se diz tranquila e que já "virou a chave da idade" há algum tempo. "As pessoas, não somente as mulheres, têm de procurar forças dentro delas. Talvez eu seja um exemplo disso, não sei. Não faço planos de ser influente. Todo ser humano tem na cabeça uma maquininha de criação, alguns usam. Esses são os artistas, essa é a minha turma", afirma, talvez, dando alguma pista sobre o seu segredo de beleza.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>