O nível de endividamento do consumidor avançou 2,2 pontos porcentuais em julho, passando de 48,7% em junho para 50 9%, mas o nível de inadimplência recuou 9,3%, com o número de famílias com pagamentos em atraso caindo de 710 mil para 644 mil. Foi o que detectou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (Peic) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), realizada com 22 mil chefes de famílias e divulgada nesta segunda-feira.
Segundo a Fecomercio-SP, a combinação do aumento de endividamento com queda da inadimplência é uma clara indicação de que as famílias estão se programando para chegar ao Natal habilitadas a contrair mais dívidas. Normalmente, o endividamento vai diminuindo conforme o ano vai se distanciando do Natal. Neste sentido, o aumento do endividamento em julho pode não ser preocupante porque a inadimplência está se acomodando.
O consumidor está mais controlado. Vale ressaltar que, apesar do aumento do endividamento em julho, o nível tem se mantido em torno de 50%, o que é bem abaixo do pico de 72% apurado em fevereiro de 2004, um período em que o brasileiro se encontrava com grande dificuldade para saldar suas dívidas.
Neste sentido, com menos dívidas, o consumidor ainda poderá se beneficiar de “novas medidas de estímulo a investimentos” que serão anunciadas pelo governo federal em algumas semanas, segundo afirmou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele destacou que o esforço do Poder Executivo federal para destravar o crescimento será essencial e será relevante que seja acompanhado por outros entes da federação.
“São Paulo talvez é o Estado que faz maior volume de investimentos e agora está recebendo uma margem extra que vai utilizar muito bem a favor da população”, destacou, referindo-se ao aumento de R$ 10 bilhões no espaço para que o governador Geraldo Alckmin possa ampliar a Formação Bruta de Capital Fixo, especialmente em empreendimentos de infraestrutura e saneamento básico.
