O deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), relator do parecer que recomenda a rejeição da denúncia de corrupção contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), defendeu em discurso na Câmara a política econômica do peemedebista para recuperar a economia brasileira e afirmou que nenhuma razão justificaria a autorização para o inquérito.
“O País está se levantando da depressão que o afligia. Será este o momento adequado para promover a destituição do presidente da República?”, perguntou ele em seu discurso. “É preciso reconhecer mudanças positivas que o novo governo fez na economia.”
Abi-Ackel disse que o presidente Michel Temer assumiu o Planalto após o impeachment de Dilma Rousseff em meio à inflação alta, indústria parada e o Produto Interno Bruto (PIB) em seguidas quedas. Além disso, as agências internacionais de classificação de risco vinham rebaixando o rating soberano do Brasil.
O parlamentar citou ainda que havia naquele momento “desastres na Petrobras e no setor elétrico”. “Consta dos registros históricos a desolação do País quando Temer assumiu”, disse Abi-Ackel. “O presidente optou pelo enfrentamento da crise através de remédios amargos, mas necessários”, completou ele, ressaltando que ainda há muito o que fazer.
Abi-Ackel ressaltou que o governo de Temer se instalou no Planalto em meios às “mais dramáticas situações” e logo adotou medidas “duras e urgentes” para recuperar a economia. “Há muito o que se fazer, ousar, corrigir”, disse ele, destacando que algumas melhoras já são visíveis, como o PIB que parou de apresentar números negativos. “O que se discute é o aumento do índice de crescimento da economia brasileira”, disse ele.
O deputado mencionou a JBS em seu discurso, ressaltando que a empresa se beneficiou de juros baixos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Abi-Ackel ressaltou ainda reformas estruturais tocadas por Temer e que o preço pago pelo peemedebista por adotar essas medidas foi a queda de sua popularidade.
No plenária da Câmara, enquanto o parlamentar fazia seu discurso, 74 deputados haviam registrado presença. “O julgamento na Câmara é de natureza política”, afirmou o parlamentar, ressaltando que é equivocada a “concepção simplista” que a instauração do processo contra Temer assegura impunidade.