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PAULO FACCINI – Almeida gastar� R$ 210 milh�es em corredor que tem s� duas linhas de �nibus

Corredor da Paulo Faccini que custar� pre�o de shopping, prejudicar� comerciantes, atrapalhar� acesso ao Bosque Maia, conta com apenas quatro linhas municipais

Imagine uma obra inútil que tem tudo para dar errado. Este será o Corredor de ônibus da Paulo Faccini, que terá custo de R$ 210 milhões, quase o mesmo valor que o General Shopping está investindo na construção do shopping Parque Maia, que terá 200 lojas e 11 salas de cinema. Trata-se de um dos quatro corredores exclusivos de ônibus planejados pela Prefeitura, cujas verbas foram anunciadas semana passada, em um evento que teve a presença da presidente Dilma Rousseff, em Guarulhos.

O jornal Folha do Ponto trouxe em sua edição desta quinta-feira o projeto do Corredor Paulo Faccini, uma avenida que tinha tudo para ser a Paulista de Guarulhos, mas que a falta de planejamento urbano está levando a sua deterioração. Tida como um dos principais cartões postais de Guarulhos, a Faccini que conta com o Bosque Maia passou a reuniu diferentes tipos de estabelecimentos comerciais, desde bancos, restaurantes, lojas e até um megatemplo da Igreja Universal.

Localizada na região central, até 2011 quando a Prefeitura implantou o novo sistema de transportes urbanos, a avenida não recebia uma linha de ônibus sequer. Hoje, segundo o site da própria Prefeitura, apenas duas ligações entre bairros passam pela Paulo Faccini, a avenida escolhida para receber um corredor de ônibus, um tipo de empreendimento que prioriza o transporte público ao particular. O problema é que a via não tem essa característica.

Com três pistas de cada lado e um estreito canteiro central, em diversos pontos há bolsões de estacionamentos para facilitar a vida de consumidores e comerciantes. Conforme o projeto obtido pela Folha do Ponto, esses espaços desaparecerão com a implantação do Corredor. Até o espaço de estacionamento localizado em frente ao Bosque Maia, que se tornou o principal ponto de vendedores de cachorro quente da cidade, deve desaparecer, para dar lugar, junto ao canteiro central, a um terminal de passageiros.

O valor da obra, que não prevê desapropriações e sairá da avenida Salgado Filho, na altura da Suplicy, até o cruzamento com a Monteiro Lobato, já pela avenida Paulo Faccini, é astronômico. São previstos R$ 210 milhões. Por menos R$ 240 milhões, o Grupo General Shopping, que detém – entre outros o Internacional e o Bonsucesso – está construindo o shopping Parque Maia, no início da avenida Transguarulhense, próximo ao Carrefour.  

Com a implantação do corredor, a Paulo Faccini e a Salgado Filho perderão seus pontos de estacionamento. Os estabelecimentos comerciais terão dificuldades ainda maiores que as encontradas hoje para receberem seus clientes, já que não haverá vagas para estacionamento. Já os dogueiros precisarão lutar para encontrar uma outra área viável para manter suas peruas. Os freqüentadores do Bosque Maia não terão mais vagas para estacionar seus veículos.

 

Corredor Paulo Faccini

 Recursos de R$ 210 milhões com trecho de 3,4 km de extensão entre as avenidas Monteiro Lobato e Suplicy, no bairro Paraventi. A obra terá três faixas de tráfego por sentido, sendo uma exclusiva ao transporte coletivo, estações de embarque e desembarque com plataforma em nível e com cobrança externa ao veículo, além de ciclovia e transposição em desnível na avenida Monteiro Lobato.

 

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