Lideranças do bloco de centro e da oposição prometem levar à pauta do Legislativo Municipal este ano temas polêmicos como a viabilização do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da saúde e a redução do déficit habitacional, além de cobrar do Executivo medidas concretas e eficientes para ambos os problemas.
Considerado o "calcanhar de Aquiles" da atual administração, o PCCS da saúde deve ser combustível para os principais embates entre Governo e Legislativo em 2011. Defendida especialmente pelo centrão, que tem entre seus representantes dois vereadores médicos, a implantação do PCCS deve ter início ainda no primeiro semestre, pelo menos esta é a expectativa do vereador José Mário Stranghetti Clemente (PTN).
"Esperamos que o plano seja colocado na pauta logo após o fim do recesso parlamentar. Não podemos fechar mais um ano sem uma definição para esse assunto", afirmou Zé Mário. Apesar da ansiedade, ele não espera a implantação completa do Plano por entender que neste momento seria impossível do ponto de vista econômico. De acordo com Zé Mário, a aprovação completa do PCCS representaria um impacto financeiro de cerca de R$ 50 milhões na folha de pagamento da Prefeitura.
"Se o Governo não gastasse tanto com horas extras até poderia implantar o PCCS completo", afirmou o vereador, se referindo a reportagem publicada na edição de ontem, com exclusividade pelo Guarulhos Hoje, que revela o gasto de mais de R$ 25 milhões da Prefeitura, no período de 13 meses. "No entanto, a administração tem condições de rever o plano de salários da categoria médica, cujo impacto financeiro é estimado em R$ 26 milhões. Essa revisão é necessária para que a população comece a ter um atendimento digno", acrescentou.
Segundo o líder da oposição, Geraldo Celestino (PSDB), a bancada também estará empenhada no fortalecimento do funcionalismo público, mas defenderá medidas mais eficientes da Prefeitura no que diz respeito a redução do déficit habitacional. "Temos em Guarulhos cerca de 300 núcleos de favelas e até agora foi feito muito pouco para reverter esse quadro", criticou o tucano.
De acordo com ele, a defesa dessa bandeira poderá contar com a ajuda do centrão. "Oposição e bloco de centro formam um quadro de dez vereadores com força para enfrentar os desmandos do Executivo. Após o recesso vamos conversar com os representantes do centrão e alinhar uma estratégica para este ano", afirmou Celestino.
Em comum, ambos líderes esperam, entretanto, uma postura independente do novo presidente da Câmara, Eduardo Soltur (PV). "Apesar da ligação com o Governo (Soltur pertence à base governista) esperamos que o presidente tenha posições mais definidas e com menos interferências do Executivo", disse Zé Mário.
Procurados pela reportagem para comentar as expectativas deste ano, as lideranças do PT na Câmara não foram localizadas e nem retornaram às ligações da reportagem até o fechamento desta edição.