O PDT ingressou nesta sexta-feira, 19, com pedido de investigação e inelegibilidade da candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição e de seu vice Braga Neto. No pedido o partido que tem Ciro Gomes como candidato sustenta que Bolsonaro atacou o sistema eleitoral em reunião com embaixadores estrangeiros, em 18 de julho, e cometeu abuso de poder pelo fato de a reunião ter sido veiculada em meio de comunicações oficiais.
Na peça, advogados do PDT alegam que a tônica do encontro de Bolsonaro com os embaixadores foi a de "reerguer protótipos profanadores" da integridade do processo eleitoral e das instituições da República, especificamente o TSE e ministros. "O senhor Jair Messias Bolsonaro criou uma ambiência propícia para a propagação de toda sorte de desordem informacional ao asseverar, por diversas vezes, que o sistema eletrônico de votação é receptivo a fraudes e invasões que, sob a ótica do delírio presidencial, podem comprometer a fidedignidade do resultado dos pleitos", informam.
"É inegável que o senhor Jair Messias Bolsonaro aproveitou-se do evento para difundir a gravação do discurso com finalidade eleitoral, indissociável ao pleito de 2022. Isso porque o ataque à Justiça Eleitoral e ao sistema eletrônico de votação faz parte da sua estratégia de campanha eleitoral, de modo que há nítida veiculação de atos abusivos em desfavor da integridade do sistema eleitoral, através de fake news, o que consubstancia-se em um fato de extrema gravidade, apto a ser apurado na ambiência desta Ação de Investigação Judicial Eleitoral", completam.
Além da inelegibilidade dos investigados citados na ação, o PDT pede a cassação do registro ou do diploma, pela prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação e que seja determinado às redes sociais que "promovam a imediata retirada da postagem objeto" da ação.