"A imagem como Ausência", trabalho de Marcus Moreno livremente inspirado na obra e na forma de criar do pintor americano Jackson Pollock (1912-1956), tem apresentações nos dias 12 e 13 de julho (sexta e sábado, 20h), no Teatro Nelson Rodrigues.
O ponto de partida para esta criação é o da tela em branco, o espaço de acontecimento que está prestes a ser preenchido. Como um pintor que inicia sua obra com uma primeira marca de tinta sobre o quadro, a dança aqui vem do impulso interno/essencial, quase um alento vital, do movimento do corpo.
O desejo do artista Marcus Moreno de promover reflexões sobre espaços vazios, o silêncio presente nas coisas, a primeira impressão – por vezes ainda não descrita – do que se vê, teve início com a discussão sobre a qualidade das sensações proposta por Alberto Manguel, em seu livro "Lendo Imagens", e se intensificou a partir do contato com as obras de Pollock, conhecido por subverter o suporte e permitir a queda da tinta com a tela esticada no chão. Estimulada pela ação de ‘pintar pintando, percorrida pela forma, pela cor, pela abstração e sua capacidade de tornar-se movimento, a composição foi se constituindo com a urgência e o imediatismo de dançar.
‘Escorrer, ‘respingar, ‘(des)manchar, ‘(des)controlar são alguns verbos de ação que serviram como mote para criar uma série de pequenas improvisações. Tendo o corpo como propulsor de questionamentos levantados ao longo dos meses de trabalho, a pesquisa contou com a orientação da bailarina Key Sawao, que também colaborou com o treinamento corporal.
Projeto contemplado pelo Programa de Ação Cultural – Proac 2012 (Primeiras Obras de Produção de Espetáculo e Temporada de Dança), ‘A Imagem como Ausência propõe refletir sobre a presença do que não é necessariamente visto ou dito, num espaço em que o corpo se constitui pela sua própria ação e busca seu modo de fazer dança.