Quando estreou Jim no Leblon, no Rio, em 2013, as ruas do bairro fervilhavam com as manifestações que tomavam conta do Brasil. Uma feliz coincidência, observa Eriberto Leão. “A poesia questionadora de Morrison, que buscava mudanças por meio dos versos, se completava com as palavras de ordem dos manifestantes. Por isso que as músicas do The Doors são atemporais.”
Em cena, o ator que, além da semelhança física, também tem um timbre similar ao de Morrison, interpreta 11 canções do The Doors como Light My Fire, The End e Riders on the Storm, entre outras. Músicas cujas letras se sobressaem e revelam o desejo de Morrison em ser reconhecido também como poeta. “Buscamos mostrar que ele não era apenas o homem autodestrutivo, como pensa a maioria das pessoas, mas, sim, um grande e sensível artista. Por isso, é exibido seu mundo interior.”
Eriberto Leão revela-se um profundo conhecedor da obra e do pensamento de Morrison. Aproxima-o, por exemplo, de outro genial escritor, o francês Rimbaud, semelhanças apresentadas no livro Rimbaud e Jim Morrison: Os Poetas Rebeldes, de Wallace Fowlie, que aponta para as afinidades e semelhanças entre os dois.
O músico também admirava profundamente a obra do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, de cuja obra Morrison buscou incentivo para a vida. “Nietzsche matou Morrison, vitimado pela sede insaciável de transformação inspirada pelo poeta”, acredita Leão.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.