Os pedidos de falência aumentaram 28,9% em junho ante maio, segundo levantamento nacional da Boa Vista. Na mesma base de comparação, os pedidos de recuperação judicial avançaram 82,2%, enquanto as falências decretadas e as recuperações judiciais deferidas subiram 93% e 103,3%, respectivamente.
Frente a junho de 2019, os pedidos de falência avançaram 87,1% e os de recuperação judicial, 44,6%. Já as falências decretadas e as recuperações judiciais deferidas tiveram alta de 71,3% e 123,4%, respectivamente.
No primeiro semestre de 2020 apenas as falências decretadas registraram resultado negativo, com redução de 14,5% contra o mesmo período do ano passado. Por outro lado, os pedidos de falência avançaram 34,2%, os pedidos de recuperação judicial, 32,8% e as recuperações judiciais deferidas, 45,3%, mantida a base de comparação.
Da mesma forma, na variação acumulada em 12 meses apenas as falências decretadas apresentaram queda em junho (-6,5%). Já os pedidos de falência subiram 28,8%, assim como os pedidos de recuperação judicial (28,2%) e as recuperações judiciais deferidas (37,4%).
Segundo a Boa Vista, o aumento nos pedidos de falências em 12 meses reflete as dificuldades que as empresas encontraram em manter suas atividades na primeira metade do ano em meio à crise provocada pela pandemia de coronavírus. Além disso, como já observado na análise mensal, a tendência é de que as empresas continuem apresentando piora nos seus indicadores de solvência durante o período mais agudo da crise, diz a instituição.
Na análise por porte da empresa, as pequenas foram responsáveis por 93,4% dos pedidos de falências e 94,2% dos pedidos de recuperação judicial, considerando o acumulado em 12 meses. Com relação a falências decretadas e recuperações judiciais deferidas, também houve predominância de ocorrências entre pequenas empresas, que responderam por 95,8% e 94,3% dos totais, respectivamente.
Já na divisão por segmento da economia, o setor de Serviços, que concentra a maior parte dos pequenos empreendimentos, segundo a Boa Vista, respondeu pelo maior porcentual dos pedidos de falência (40,5%), seguido pelo setor de Comércio (29,8%) e Indústria (29,6%). No mesmo período do ano passado, o setor de Serviços respondeu por 42,8% dos pedidos de falência, contra 30,8% da Indústria e 26,4% do Comércio.