O ator e comediante Pedro Cardoso iniciou o ano de 2024 com um textão em que compara as carreiras das cantoras Tracy Chapman, que emplacou inúmeros sucessos nos anos 1980 e 1990, e Beyoncé, diva pop do momento.
"A mim, mais me toca a arte de Tracy Chapman do que a de Beyoncé. Seria gosto Mas a minha questão aqui é a razão de a Beyoncé ser mais consumida do que Trace", começou Cardoso, em uma publicação no Instagram.
Para Cardoso, Beyoncé, que recentemente esteve em Salvador, na Bahia, retroalimenta sua carreira por meio da exposição de sua vida pessoal na mídia – e daí seria o motivo de seu grande sucesso, no seu entender.
"E desconfio que o maior sucesso comercial das Beyonce frente às Chapman se deve aquelas venderem, além de sua arte, também a sua vida pessoal. Cito a própria Tracy, no Wikipedia: "Tenho uma vida pública, que é a do meu trabalho; e uma vida pessoal". Hoje, há mais consumo de biografia espetacularizada de artistas do que de arte. Os jornais noticiam como fatos da cultura os namoros, os negócios, os treinos, os crimes etc e, principalmente, a vida sexual dos ditos famosos!", escreveu.
Para o ator, que ficou marcado pelo personagem Agostinho da série <i>A Grande Família</i>, para que uma artista igual a Beyoncé faça sucesso atualmente é preciso um grande investimento, e isso inclui a promoção da vida pessoal.
"Problema para mim é se fazer um comércio ganancioso que não apenas atende a uma demanda psicológica natural mas a super excita artificialmente fabricando contos de fadas sexuais exuberantes de famosos. E nisso, a arte se torna um adorno secundário da vida pessoal dos artistas", continuou.
Para finalizar, Cardoso deu seu veredicto. "Os artistas autênticos, e suas artes, circulam menos pelo planeta. Sem vender a vida, Beyonces não venderiam tanto."
A opinião de Pedro Cardoso causou comoção nos fãs brasileiros da cantora. Um seguidor questionou a opinião emitida pelo ator.
"Pedro, dá tempo de apagar. Porque você tá falando de uma das artistas mais reservadas do mundo (Beyoncé), com menos polêmica. E, assim, achei de péssimo tom um cara branco colocar duas mulheres pretas nessa posição comparativa", disse.
Cardoso, então, rebateu o comentário. "Um cara branco? Quem é um cara branco aqui? Eu? Não sou branco, nem cara. O que é ser branco? A cor da pele ou a ideologia? Para mim, sobre o que eu falo, o fenótipo é irrelevante", escreveu o ator.
Ele prosseguiu dizendo que a comparação poderia ser entre Marisa Monte, Luisa Sonza, Rita Lee ou Madonna (cantoras brancas).
"A obsessão com a questão tão relevante dos ecos da escravidão no presente é sua; e ela te interdita o pensamento de aspectos da realidade onde ela não é dominante", concluiu Cardoso em sua resposta.
Ao seguidor, coube lamentar a atitude do ator. "Fui argumentar e tive que ler isso 8h da manhã", escreveu ao divulgar a troca de conversa entre os dois.