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Pedro Corrêa usou nora e funcionário rural para receber propina, diz PF

O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE), condenado no julgamento do mensalão, usou contas da nora, de ex-assessores e de um funcionário de sua fazenda para receber recursos desviados da Petrobras. A informação consta do inquérito que apura a participação do ex-congressista no esquema de corrupção alvo da Operação Lava Jato.

A Polícia Federal apurou que Corrêa e os “laranjas” tiveram movimentação financeira muito superior aos rendimentos declarados. Os recursos eram transferidos por operadores do esquema, como o doleiro Alberto Youssef. Corrêa, segundo a investigação, apoiava a permanência de Paulo Roberto Costa, delator que confessou desvios, na Diretoria de Abastecimento da estatal em troca de propina.

O ex-deputado recebeu créditos de R$ 3,3 milhões entre 2010 e 2014. Só em 2012, foram R$ 952 mil, quase três vezes o que ele informou à Receita Federal (R$ 372 mil). Ex-assessor dele, Ivan Vernon, preso nesta sexta-feira, 10, recebeu R$ 2,7 milhões nos mesmos cinco anos. “Para 2012, por exemplo, houve créditos de R$ 710.304,15 para rendimentos declarados de R$ 54.785,97”, diz o juiz Sérgio Moro no despacho em que autorizou a prisão preventiva (por tempo indeterminado) do ex-deputado e a prisão temporária (cinco dias, prorrogáveis) de Vernon.

Márcia Correa, nora do ex-deputado, recebeu R$ 1,2 milhão nos cinco anos. Para 2012, ela teve créditos de R$ 271 mil, ante rendimentos declarados de R$ 97 mil.

Jonas Aurélio Lima Leite, funcionário rural do ex-parlamentar, obteve R$ 694 mil. A conta dele, segundo os investigadores, era usada apenas para a “passagem” de recursos do esquema, com saque logo em seguida. “Jonas não apresentou sequer declaração de rendimentos à Receita Federal no período. Quase 41% dos créditos foram efetuados em espécie”, afirma Moro, ao descrever os fatos que levaram às prisões. O juiz decretou a condução coercitiva dos demais envolvidos para prestarem depoimento nesta sexta-feira.

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