A expectativa de avanço em pesquisas na China e no Reino Unido para o combate ao novo coronavírus norteia mais uma vez as bolsas internacionais, mas a alta é comedida, pois ainda há dúvidas. Rússia e Arábia Saudita, por exemplo, não chegaram a acordo sobre resposta ao vírus, conforme fontes. Ainda assim, a bolsa brasileira engata a terceira elevação consecutiva nesta quinta-feira, 6. Na quarta, subiu 0,41%, aos 116.028,27 pontos, acumulando quase 2% em fevereiro.
Às 12h36 desta quinta, o Ibovespa subia 0,13%, aos 116.176,14 pontos.
O movimento ocorre mesmo após as cotações do petróleo lá fora migrarem para o campo negativo há instantes, mas sem afetar as ações da Petrobras. Os papéis sobem entre 1,6% (PN) e 2,3% (ON) ainda influenciados pela venda de R$ 22 bilhões em ações da estatal pelo BNDES ontem.
De acordo com o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), outras ofertas do banco de fomento também estão no radar, como a venda de participação no frigorífico JBS, e também em Copel e Tupy.
"As perspectivas são positivas em 2020 para IPOs abertura de capital, follow on oferta subsequente, podendo render cerca de R$ 200 bilhões, com destaque para setor de construção, financeiro, apesar da ameaça das fintechs", observa Luiz Guilherme Dias, CEO da Sabe Invest.
A confirmação da queda de 0,25 ponto porcentual na Selic na quarta à noite pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), conforme Dias, é bem-vinda, mas talvez tenha pouco impacto nos negócios nesta quinta, após a valorização da véspera. No entanto, pondera, que a interpretação de manutenção do juro básico em 4,25% ao ano em 2020 é positiva, ao dar "previsibilidade" ao investidor, diz.
Entretanto, as ações do Bradesco, Santander e Itaú Unibanco avançavam pela manhã, enquanto Banco do Brasil e BTG caem.
Os papéis de mineradoras e siderúrgicas subiam, com Vale avançando acima de 1%. A companhia é uma das principais exportadoras para o mercado chinês, onde o minério fechou nesta quinta em alta acima de 2%. A China anunciou que reduzirá pela metade as tarifas sobre US$ 75 bilhões em importações dos Estados Unidos, como parte do acordo comercial bilateral de "fase 1" assinado em meados de janeiro.
Pequim ainda informou que diminuirá impostos e oferecer empréstimos baratos para ajudar empresas a absorver o impacto de iniciativas adotadas para conter a disseminação do novo vírus. A epidemia já se espalhou para mais de 20 países e, apenas na China, já causou pelo menos 563 mortes e mais de 28 mil pessoas estão infectadas pela doença.