A porquinha cor-de-rosa Peppa é o maior sucesso de licenciamento de marcas de que se tem notícia na última década. Personagem principal do desenho animado que leva seu nome – exibido no canal a cabo Discovery Kids -, ela superou em número de licenciamentos figuras famosas como os Minions, do filme Meu Malvado Favorito, e a Galinha Pintadinha. Hoje, está em primeiro lugar em licenciamento nos principais mercados do mundo.
Mas como acontece com os produtos de sucesso no mercado brasileiro a porquinha virou alvo dos falsificadores. Nas mãos de vendedores ambulantes, a boneca pode ser encontrada por R$ 25, enquanto sua versão original sai por R$ 80 – por conta dos impostos e dos direitos de propriedade intelectual.
Peppas falsificadas são vistas nas esquinas, nas lojas populares ou mesmo em shoppings. Além de brinquedos, há Peppas em roupas, CDs e DVDs.
A indústria de brinquedos adverte para os riscos dos produtos piratas: “Os brinquedos chineses são muitas vezes fabricados com tintas contendo metais pesados como chumbo e cádmio, que são substâncias cancerígenas”, diz Aires Fernandes, diretor de marketing da fábrica de brinquedos Estrela. A empresa comprou os direitos de produção dos bonecos da família Peppa – que inclui o irmão George Pig, Mamãe Pig, Papai Pig e a ovelha Susy.
Ao lado das bonecas falsas da porquinha estão jogos, filmes e 38 peças de teatro exibidas atualmente no Brasil sem autorização da empresa de licenciamentos Exim, que representa no País a Entertainment One, detentora dos direitos de uso da marca no mercado mundial.
O sucesso estrondoso do desenho obrigou a Exim a antecipar lançamentos de produtos e a acelerar os preparativos para um show dos personagens que estreia no Dia das Crianças em São Paulo, Rio de janeiro e Belo Horizonte. Os eventos estavam programados para o segundo semestre de 2015.
Nas últimas semanas, várias peças relacionadas à Peppa foram canceladas por ordem judicial. No dia 31 de julho, a Time For Fun, uma das maiores companhias de entretenimento do País, divulgou um comunicado anunciando o cancelamento do espetáculo infantil Peppa Pig Ao Vivo, que seria realizado em agosto no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Belo Horizonte. Quem já tinha ingressos comprados recebeu o dinheiro de volta, mas o motivo do cancelamento não foi informado.
Empresas que representam marcas famosas chagam a gastar até R$ 1 milhão por ano em ações para tentar conter a pirataria. A Bromélia Produções, detentora dos direitos da Galinha Pintadinha no Brasil, gasta R$ 70 mil por mês em ações de inteligência e combate aos piratas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.