Götene, uma pequena cidade de pouco mais de 13 mil habitantes e distante 320 quilômetros de Estocolmo, na Suécia, anunciou no final de junho que venderia alguns lotes por R$ 0,52 o metro quadrado para atrair mais moradores, já que sua população está envelhecendo e encolhendo. A repercussão mundial e o interesse de milhares de pessoas levou à suspensão do processo de licitação, que será retomado em agosto.
Para efeito de comparação: o metro quadrado da região metropolitana de São Paulo é de R$ 795, segundo um estudo lançado no início deste mês.
Localizada a 306 metros acima do nível do mar, a cidadezinha sueca vive da produção de alimentos, indústria manufatureira e indústrias criativas, segundo o seu site. Götene se estende por cinco quilômetros da margem do lago Vänern. "Podemos nos orgulhar de ter a viagem de trem mais bonita da Suécia", diz o site da prefeitura.
A justificativa para a venda dos terrenos é a de aumentar a quantidade de moradias e moradores. Todas as áreas disponíveis estão em lotes que já receberam outras construções e estão prontos para receber novas edificações. Segundo a prefeitura, com mais gente e casas na cidade, haverá aumento da arrecadação tributária. Esses valores a serem arrecadados serão destinados para construção de escolas e serviços, inclusive comerciais.
Ainda segundo o anúncio da administração municipal, estes lotes já estão disponíveis há 40 anos. "A seleção consiste simplesmente em lotes que não foram vendidos, apesar de estarem à venda há um longo período", diz a prefeitura. Eles variam de tamanho dependendo da localização, mas têm entre 700 metros quadrados a 1.200 metros quadrados.
No total, são 29 terrenos disponíveis. Devido à grande procura, a prefeitura suspendeu o processo de licitação das áreas, que só será retomado no dia 7 de agosto, data em que serão divulgados os detalhes de como a compra poderá ser feita. Por ora, a única informação disponível é que isso será feito em forma de licitação. "Com vários milhares de interessados de todo o mundo, não temos capacidade para lidar com compras e licitações durante o verão", diz o anúncio do adiamento.
<b>Condições</b>
Qualquer pessoa, sueca ou não, pode adquirir o terreno. Porém, existe uma série de condições. Uma das principais é a de abrir uma conta bancária na Suécia para participar do processo de licitação. "Esteja ciente de que obter uma conta assim pode ser um processo demorado. Portanto, é recomendável resolver isso o mais rápido possível", recomenda a prefeitura.
Quem adquirir o terreno deve morar na cidade. A residência deve ser erguida em dois anos a partir da posse. Se o proprietário atrasar a obra, o terreno volta para a prefeitura e o dono será obrigado a pagar 100.000 coroas suecas de multa (aproximadamente R$ 51,6 mil). A casa não pode ser revendida enquanto não for erguida e estiver pronta.
<b>Taxas e serviços</b>
A prefeitura ainda alerta para os custos adicionais em taxas e serviços que o comprador do terreno terá para erguer sua casa. Eles chegam a 270 mil coroas suecas, perto de R$ 139 mil. Veja o detalhamento abaixo:
– licença de construção: cerca de 30.000 coroas suecas (R$ R$ 15,5 mil);
– conexão de água e esgoto: cerca de 170.000 coroas suecas (R$ 87,8 mil);
– eletricidade: cerca de 40.000 coroas suecas (R$ 20,6 mil);
– internet banda larga: 30.000 coroas suecas (R$ 15,5 mil).