Internacional

Pequim planeja nova investida comercial na América Latina

A China está revelando novos planos para investir na América Latina enquanto os Estados Unidos pareceM estar recuando de sua agenda comercial, mostrando como Pequim já se posiciona para testar novos mercados onde pode ter mais espaço de manobra.

Após o presidente chinês, Xi Jinping, ter concluído sua visita à América Latina nesta semana, o seu governo divulgou um plano estratégico que estabelece ambições para expandir a influência global do país e lançar “uma nova era” nas relações entre os chineses e os latino-americanos.

O documento de onze páginas, emitido na quinta-feira pela mídia estatal chinesa, não dava muitos detalhes, mas enviava uma clara mensagem: a China está aumentando o foco na América Latina e tem planos metódicos para fazê-lo.

Embora vago, o documento ressalta repetidamente os laços mais fortes entre a indústria chinesa e latino-americana, de materiais brutos e agrícolas à financeira e de tecnologia de ponta. “A China está comprometida em construir uma nova relação com a América Latina”, diz o texto.

A China está bem preparada para avançar no vácuo criado por uma retirada dos EUA em acordos internacionais, como a Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que Donald Trump rejeita.

Há pouco debate interno do Partido Comunista Chinês sobre os méritos da expansão global chinesa, permitindo que Pequim fale com uma única voz em um momento em que a participação americana em grandes projetos internacionais gera incertezas no espectro político.

Xi tem pintado a China como um benevolente aliado entre os países emergentes. “Os grandes fortes e ricos não devem intimidar os pequenos, fracos e pobres”, disse o mandatário na reunião de cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês), na capital peruana, Lima.

Ele não mencionou os EUA ou a perspectiva para o governo Trump em questões comerciais, mas pediu pelo apoio e a inclusão de um sistema comercial multilateral e pelo fim do protecionismo.

“A China sempre esteve ciente de como os EUA percebem seu engajamento na América Latina”, disse Margaret Myers, diretora do Diálogo Interamericano em Washington. “Se observarmos menor engajamento americano, ou um engajamento que não seja particularmente produtivo, isso dá mais espaço para a China abrir suas portas”. Fonte: Dow Jones Newswires.

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