A percepção dos empresários da Região Metropolitana de São Paulo em relação aos estoques teve alta em novembro, aponta pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O Índice de Estoques (IE), calculado pela entidade, atingiu 94,6 pontos, alta de 2,9% ante o resultado de outubro (91,9 pontos) e recuo de 15,4% em relação a novembro do ano passado (111,8 pontos).
O movimento foi puxado pelo aumento do porcentual de comerciantes que consideram o volume de mercadorias estocadas como adequado, de 45,8% em outubro para 47,2% em novembro. Por sua vez, 37,8% dos empresários ouvidos pela FecomercioSP consideraram seus estoques acima do adequado, o mesmo número do mês anterior e o segundo maior da série histórica, iniciada em junho de 2011.
Já o montante de empresários com estoques abaixo do esperado passou de 16,0% em outubro para 14,9% em novembro. Ainda assim, a assessoria econômica da entidade ressalta que o patamar é maior do que o observado no mesmo mês do ano passado, quando marcou 13,3%.
“A razão pode ser a estratégia que alguns empresários adotaram de reduzir o mix de produtos para garantir maior giro de mercadorias e menores custos de estoques”, diz a nota técnica da FecomercioSP. A entidade acredita que, neste fim de ano, os pedidos dos varejistas aos fornecedores devem ter sido bem menores do que em 2014, já que as expectativas de vendas para 2015 são de 5% a 10% inferiores em relação ao mesmo período do ano passado.
Desta forma, com os estoques ainda elevados às vésperas Black Friday e do Natal, a FecomercioSP acredita que pode haver promoções e liquidações neste final de ano. “Com isso, os assessores econômicos da entidade acreditam que o ciclo de estoques paulistano tende a se equilibrar mais adequadamente no início de 2016, resultado das vendas de fim de ano e do conservadorismo cada vez maior dos empresários”, afirma a nota da entidade.
Metodologia
O IE é apurado mensalmente pela FecomercioSP por meio da entrevista com cerca de 600 empresários do comércio e varia de 0 (inadequação total) a 200 pontos (adequação total), sendo a marca dos 100 pontos o limite entre inadequação e adequação.
Pela análise dos números, é possível identificar se os empresários estão com sensação de estoques “acima”, ou seja, com excesso de mercadorias, ou “abaixo”, isto é, com falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo.