Estadão

Percepção de desaceleração da China curiosamente não tem afetado commodities, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que a percepção de desaceleração da economia chinesa não tem afetado os preços de commodities, que se mantêm elevados. Ele participou de evento organizado pelo Julius Baer Group na manhã desta terça-feira, 5, em São Paulo.

"Curiosamente, estamos tendo um <i>decoupling</i> descasamento da percepção de crescimento menor da China, sem afetar muito os preços de commodities", disse Campos Neto, destacando que os preços do minério de ferro, por exemplo, já voltaram a um nível próximo de US$ 115 a tonelada.

O banqueiro central argumentou, no entanto, que faz sentido o pouco impacto da expectativa de menor crescimento chinês sobre os preços de commodities agropecuárias, já que a maior parte da população do país asiático já ascendeu à classe média.

Sobre o crescimento chinês, Campos Neto afirmou que a questão é a magnitude da desaceleração. "O que as pessoas dizem é que, abaixo de 4%, seria um número em que, com o desemprego de jovens associados, as pessoas teriam aquele <i>feel bad factor</i>", comentou, chamando atenção para as preocupações com o mercado imobiliário chinês.

Segundo ele, as ações do governo chinês parecem dedicadas a evitar o colapso desse mercado.

Mais cedo, o presidente do BC afirmou que a atividade tem desacelerado na Europa e em alguns pontos da Ásia.

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