Seis meses após anunciar que sofria de um câncer no pulmão, o percussionista pernambucano Naná Vasconcelos, de 71 anos, morreu, na manhã dessa quarta, 9, em decorrência de complicações da doença em um hospital particular da capital pernambucana. O velório, que começou no início da tarde dessa quarta e seguiria pela madrugada, na Assembleia Legislativa de Pernambuco, reuniu milhares de fãs. O sepultamento ocorre nesta quinta, 10, pela manhã, no cemitério de Santo Amaro, região central da cidade. Querido e respeitado mundialmente, o músico era detentor de oito prêmios Grammy.
Após o diagnóstico do câncer, Naná iniciou o tratamento e manteve-se em atividade. Em setembro de 2015, logo após iniciar as sessões de quimioterapia, gravou vídeo recitando poesias e divulgou pelas redes sociais. No carnaval deste ano, participou da abertura dos festejos oficiais da folia, comandando mais de 500 batuqueiros no Marco Zero, principal polo da festa no Recife. Foi internado no último dia 29, após voltar de Salvador, onde passou mal durante um show.
Em dezembro de 2015, Naná recebeu título de doutor honoris causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Centenas de batuqueiros de diversas nações de maracatu de baque virado vão prestar hoje sua última homenagem ao percussionista. Eles se reunirão em frente à Assembleia Legislativa e sairão em cortejo até o cemitério onde o corpo será sepultado. Entre as nações que confirmaram presença estão a Aurora Africana, a Raízes de Pai Adão, a Almirante do Forte e a Cambinda Estrela.
Ao longo do dia, diversos artistas brasileiros manifestaram seus sentimentos pela morte de Naná nas redes sociais. O cantor e compositor Gilberto Gil usou sua conta no Twitter para publicar uma foto com Naná, citando uma frase dele. “Minha maneira de pensar música vai continuar viva depois de mim”, transcreveu Gil, para em seguida desejar: “Descanse em paz, querido”.
O paulista Emicida também lembrou Naná em suas redes sociais: “Obrigado por compartilhar seus sons conosco”, postou o rapper, que colaborou com Naná na composição da trilha sonora do filme O Menino e o Mundo, animação brasileira indicada para o Oscar neste ano.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.