A Bovespa ronda a estabilidade neste início de sessão da quinta-feira, 21, mas o clima no exterior pesa nos negócios, já que os preços do petróleo seguem em queda após novo aumento dos estoques nos Estados Unidos. Na China, as bolsas fecharam em forte baixa em meio à percepção de que as recentes injeções de recursos pelo PBoC praticamente inviabilizam o esperado novo corte nos compulsórios bancários no início de fevereiro.
Às 10h25, o Ibovespa caía 0,03%, aos 37.632,76 pontos, após terminar na quarta-feira, 20, com baixa de 1,08%, aos 37.645,48 pontos, renovando o menor nível desde 9 de março de 2009. Entre as blue chips, Petrobras (ON +1,52% e PN +1,35%) e Vale (ON +1,74% e PN +1,44%) se recuperam das fortes perdas recentes, enquanto os bancos (Itaú PN +0,39% e Bradesco PN -0,41%) apresentam desempenho mais fraco.
Entre as commodities, o preço do minério de ferro caiu 1,5% no mercado à vista chinês e foi a US$ 40,5 a tonelada seca nesta quinta, de acordo com The Steel Index. Já os contratos futuros do petróleo para março caem 1,38%, a US$ 27,96 por barril em Nova York. Em Londres, o Brent para março recua 0,82%, a US$ 27,98 por barril. Após o API mostrar aumento nos estoques nos EUA na quarta à noite, a expectativa agora é com os números do Departamento de Energia (DoE), que saem às 14 horas.
Internamente, também há um mal estar em relação à decisão do Copom de manter a Selic em 14,25% ao ano, na quarta. Apesar de juro alto ser ruim para a renda variável, profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, avaliam que o BC rendeu-se às pressões do governo e do PT, o que afeta a credibilidade da autoridade monetária. Além disso, marca uma guinada na política econômica, uma vez que a leitura do Planalto seria de que o momento é de travessia para a retomada do crescimento.
Na manhã desta quinta, a Receita Federal informou que o recolhimento de impostos e contribuições federais somou R$ 121,502 bilhões em dezembro, uma queda real de 4,32% na comparação com o mesmo mês de 2014. Foi o pior desempenho para meses de dezembro desde 2009. A arrecadação de dezembro veio dentro do intervalo das estimativas coletadas pelo AE Projeções, que foi de R$ 105,156 bilhões a R$ 126,0 bilhões, de acordo com pesquisa com 17 instituições. O resultado ficou acima da mediana projetada de R$ 116 bilhões.
Em 2015, a arrecadação alcançou R$ 1,221 trilhão, uma queda real de 5,62% em relação a 2014. As projeções iam de R$ 1,190 trilhão a R$ 1,232 trilhão, com mediana de R$ 1,216 trilhão.