Depois que foi execrado da política guarulhense, ao perder ainda no primeiro turno nas eleições para prefeito do ano passado, o ex-chefe do Executivo, Elói Pietá (PT), voltou a se manifestar nas redes sociais, um dia após a condenação a nove anos e meio de prisão de seu líder, o ex-presidente Lula (PT). No dia 13, ele se manifestou atacando a decisão do juiz Sérgio Moro, usando o velho discurso de golpe, Cita até Hitler, insinuando que tudo faz parte de uma armação movida pela submissão do Brasil aos Estados Unidos. À primeira vista, dá a impressão de que perdeu, de novo, a chance de ficar quieto. Mas não é bem assim.
Último suspiro
A postura de Pietá faz parte de uma postura ensaiada por aqueles que sobraram no PT, como única forma de sobreviver politicamente. Sabedores que encontrarão muitas dificuldades nas urnas no ano que vem, já que a população não engole mais essa história, o grupo tenta passar a imagem de que o partido que destruiu o Brasil (e Guarulhos nos últimos 16 anos) é vítima de uma grande armação. Tanto é assim que aqueles que sobraram no partido e que ainda têm pretensões eleitorais buscam caminhos alternativos.
Chama o síndico
Na disputa para a Assembleia Legislativa ano que vem, o PT de Guarulhos que fez dois deputados estaduais em 2014 corre o risco de não fazer nenhum. Maurício Brinquinho (ainda no PT) articula para ser candidato, mas o partido pode ser outro. Edmilson Souza, que faz parte do grupo de Pietá, deve tentar um voo maior. Com a imagem bem ruim na cidade, Alencar Santana (PT), que viu seus votos cairem à metade nas eleições passadas em relação a 2010, sonha buscar um lugar na Câmara Federal. Periga ter que tentar, em 2020, um espaço no Legislativo Municipal. Ou então, tentar a vaga de síndico no condomínio onde mora.
Próximo destino
Por outro lado, os outros dois deputados guarulhenses podem ter caminhos distintos em 2018. Enquanto Jorge Wilson (PRB), amparado pelo programa de defesa do consumidor que mantém na TV Record, poderá sim tentar a Câmara Federal com boas chances de vitória, o estadual Gileno Gomes (PSL) tentará a reeleição. Como único eleito em seu partido e sem uma base partidária forte, dependerá muito das coligações que fará para obter sucesso nas urnas. Como conseguiu eleger sua esposa Sandra Gileno como vereadora em Guarulhos, tem seu espaço político garantido.
Nome forte
Do lado do governo municipal, não há nada decidido sobre quem vai para a disputa no ano que vem. O vice Alexandre Zeitune, como liderança estadual da Rede, deverá ser chamado pelo partido a encabeçar uma chapa de deputados federais, apesar da legenda não ter muita força em São Paulo. Porém, algumas pessoas ligadas ao titular da Secel já vêm se movimentando nos bastidores para checar as reais chances de uma eleição dele para o Congresso Nacional.
Nome forte
No secretariado, poucos se habilitam a entrar na disputa. Tem gente apostando que o advogado Airton Trevisan, presidente da Agru, tentará um lugar na Câmara Federal. Entre os vereadores do PSB de Guti, o nome de Wesley Casa Forte agrada pelo perfil e postura de apoio irrestrito ao prefeito. Já o também novato Rafa Zampronio quer porque quer ir para a disputa aproveitando a imagem de político jovem, que colou na disputa à Câmara Municipal. Porém, corre o risco de esbarrar justamente nessa ansiedade desenfreada que demonstra ter.