Vítor Pereira assumiu o compromisso de "manter o Corinthians" vivo em todas as competições, mas alertou que essa não será uma missão fácil. Uma dura e desgastante série de jogos nos próximos dias é o principal motivo de preocupação do treinador, também afetado pelo cansaço causado pelo calendário do futebol brasileiro enquanto tenta se adaptar.
"Vamos tentar nos manter vivos em todas as competições. O jogo de quarta é decisivo, temos de ganhar para continuar na Copa do Brasil. Fazer uma equipe competitiva, levando em conta os jogadores mais desgastados, para que não ocorra lesão. As musculares e as traumáticas. Quando estamos cansados, não tiramos o pé, não raciocinamos. Eu mesmo estou cansado, não tenho um dia para descansar, sair da caixa", comentou o português.
Após vencer o Red Bull Bragantino, no domingo, e assegurar a liderança do Brasileirão, com 12 pontos, o Corinthians joga na Neo Química Arena, contra a Portuguesa-RJ, na rodada de volta da terceira fase da Copa do Brasil. Depois, pega o Internacional em Porto Alegre, pelo Brasileiro, antes de viajar a Buenos Aires, onde enfrenta o Boca Juniors pela Libertadores. Na volta para o Brasil, se prepara para um clássico com o São Paulo.
"Eles (os jogadores) sentem também. Vamos fazer um time para tentar ganhar. Depois, contra o Inter, com uma equipe que consiga competir, jogando melhor ou pior, mas com o espírito. O torcedor quer que ganhe do Inter, na Argentina, o jogo da Copa do Brasil. Vamos tentar nos manter vivo e pensar jogo a jogo", afirmou Vítor Pereira.
Mesmo com o desgaste e oscilações na atuação, o time alvinegro vive um momento mais pacífico da temporada, iniciado depois da derrota por 3 a 0 para o Palmeiras no clássico. Antes de vencer o Red Bull, empatou com o Deportivo Cali fora de casa e venceu Fortaleza e Boca Juniors, em Itaquera. Diante das dificuldades impostas pelo calendário, Pereira não poderia ter outra opinião a não ser considerar o saldo positivo.
"Pensei por 15 dias para aceitar o Corinthians. Não tinha a família preparada. Depois, olhava o calendário, tempo para treinar não existe, não fizemos pré-temporada, vamos ter de pegar o comboio em andamento. O tempo de treino é reduzido. Só conseguimos treinar com metade da equipe e meninos da base um dia por semana. Aí tentamos evoluir algo em nosso jogo", disse.
"Obriga que o treino seja muito objetivo, tentar melhorar esse aspecto e esse aspecto. Não podemos desgastar muito. Essa dinâmica eu sabia que ia apanhar com uma carga dessas, mas vivê-la não é fácil. Eu, mentalmente, me sinto cansado. Mais um dia ou dois estou pronto para a luta outra vez. Esse é o espírito", completou.