Assim como os delegados da Polícia Federal, os peritos criminais federais também afirmaram, neste sábado, 8, repudiar a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, que comparou funcionários públicos a parasitas, durante evento no Rio de Janeiro. Em nota, o presidente da Associação dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, afirmou que o chefe da pasta foi preconceituoso e equivocado.
"Mesmo com a tentativa de se explicar, oportunidade em que preferiu culpar a imprensa pelo equívoco cometido por ele mesmo, o ministro mostra, por meio de ataques gratuitos, o descompasso entre ele e as obrigações do cargo que ocupa, revelando desconhecimento sobre o serviço público e desprezo pelo servidor público", diz.
Guedes fez a declaração na manhã desta sexta-feira, 7, e foi muito aplaudido durante palestra no seminário Pacto Federativo, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV)."O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo. O cara (funcionário público) virou um parasita e o dinheiro não está chegando no povo", afirmou, ao defender a reforma administrativa.
Segundo a entidade, o ministro desconsidera que são justamente esses servidores os responsáveis por fiscalizar o Estado e levar Justiça, segurança, saúde e educação a todos os cantos do país. "Os servidores têm na estabilidade funcional, que não é absoluta, a garantia e a segurança necessárias para prestar um serviço de Estado e se blindar contra os interesses dos governos de ocasião".
"Inúmeras pesquisas mostram que a Polícia Federal, instituição da qual os peritos criminais federais têm orgulho de integrar, goza da confiança da população, fruto de uma atuação republicana, competente e dedicada de seus integrantes no combate à criminalidade, sobretudo no desbaratamento de diversos esquemas de corrupção no país", afirma Camargo.
Os peritos ainda dizem que não se pode mais aceitar tentativas de confundir a população, jogando-a contra os servidores públicos, a fim de desviar o foco de políticas equivocadas que ignoram a importância dos profissionais e das instituições públicas para o desenvolvimento do país.