Primeiro vice-líder do governo na Câmara, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) previu nesta quinta-feira, 27, que a reforma da Previdência só começará a ser votada no plenário da Casa no fim de maio deste ano. Ele reconheceu que o governo ainda não tem os 308 votos mínimos necessários para aprovar a proposta e que, por isso, precisa de tempo para convencer a base aliada a votar a favor do parecer do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) sobre a matéria.
“Precisamos de uns 30 dias para amadurecer o texto com a base”, afirmou Perondi em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Segundo o peemedebista, o governo não tem ainda “300 votos” para aprovar a reforma no plenário. A proposta irá para votação por meio de uma emenda constitucional. Esse tipo de matéria precisa ser votado em dois turnos no plenário e, para ser aprovado, tem de ter pelo menos 308 votos a favor, o equivalente a 3/5 dos 513 deputados da Casa.
Caso a previsão de Perondi se confirme, a reforma da Previdência só será enviada ao Senado no início de junho. Com isso, aumentam as chances de a votação da matéria só ser concluída pelos senadores no segundo semestre, frustrando a previsão inicial do governo de aprovar a reforma no Congresso ainda no primeiro semestre. No Senado, a reforma também tem de passar por comissão especial e ser votada em dois turnos no plenário – calendário que pode ser suspenso pelo recesso parlamentar de julho.
Nivelado
Líder do governo na Câmara, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) evitou fazer uma previsão de data de votação da reforma no plenário. De acordo com ele, a matéria será votada quando o governo conseguir convencer a base aliada. “Só adianta votar quando estiver tudo nivelado. Se a discussão com a base avançar rápido, vota rápido. O tempo agora é o do esclarecimento, da conversa, da persuasão”, disse Ribeiro ao Broadcast Político.
Nesta quinta-feira, 27, o presidente da comissão especial da reforma na Câmara anunciou novo adiamento da votação da proposta no colegiado, para a partir da próxima quarta-feira, 3, e não mais da terça-feira, 2, como previsto. No entanto, como mostrou o Broadcast Político na quarta-feira, 26, líderes da base aliada afirmam que a previsão “mais realista” é de que a votação na comissão só ocorra a partir do dia 8 de maio.
Líderes aliados argumentam que é necessário mais tempo para debater o relatório de Oliveira Maia e, assim, tentar diminuir as resistências da base aliada sobre a proposta. Eles defendem que o texto que for aprovado pela comissão precisa ser o “mais amarrado” possível, para evitar que a base aliada apresente emendas ou vote favoravelmente a emendas apresentadas pela oposição durante a votação no plenário, modificando eixos centrais da reforma.