Estadão

Perse foi mal desenhado e gerou renúncia fiscal de R$ 32 bilhões, critica Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar nesta sexta-feira, 22, o Programa Emergencial do Setor de Eventos (Perse) e reiterou que o programa gerou R$ 32 bilhões em renúncia fiscal, rebatendo acusações de que o Planalto teria errado a conta sobre o custo do benefício. "Sobre o Perse, prestamos as informações requisitadas. Houve renúncia de R$ 32 bilhões, muito acima do que estava projetado para cinco anos", disse, durante uma entrevista coletiva à imprensa em São Paulo. "Todas as contas da Receita são auditáveis, ela responde por improbidade se mentir, então é muito fácil falar no jornal que os dados da receita não batem, mas você responde por isso?", acrescentou.

E afirmou: "O Tribunal de Contas da União (TCU) pode ser acionado a qualquer momento. Acionem o TCU e fazemos o batimento das contas conjuntamente. Fizemos isso com a reforma tributária. Tinha dúvida do Congresso sobre as contas da secretaria extraordinária. Nós abrimos as contas para o TCU, validou as contas."

Para depois acrescentar: "Algumas pessoas perguntaram como o número de Cnaes caiu para 223 e a renúncia foi maior do que em 2022. É porque em 2022 o Perse funcionou por oito meses, não o ano inteiro. E as pessoas aprendem a burlar um programa muito mal desenhado. Não podemos conviver com esse tipo de brecha."

O ministro reiterou que o Perse estaria sendo usado por criminosos para finalidades ilegais, e que o governo conseguiu na Justiça bloquear R$ 1 bilhão por causa dos sinais de lavagem de dinheiro envolvendo o programa.

"Se uma ação judicial desbaratou R$ 1 bilhão de lavagem de dinheiro, imagina o que já não aconteceu neste programa", acrescentou Haddad.

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