Economia

Perspectiva é de piora nos indicadores de inadimplência, diz CNC

Os indicadores de inadimplência tendem a se deteriorar nos próximos meses em função do cenário de aperto nas condições de crédito e do recuo na renda do trabalhador brasileiro, avalia a economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Marianne Hanson. Em junho o porcentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso chegou a 7,9%, o maior patamar registrado desde outubro de 2011.

“É um sinal amarelo. Uma parcela das famílias não vai conseguir acomodar esse aumento do custo do crédito na sua renda, que está recuando em termos reais. Então há uma perspectiva de piora adicional nos indicadores de inadimplência”, diz Marianne.

Ela explica que apesar de elevada, a fatia de famílias que afirmam não ter capacidade de pagamento no curto prazo ainda está longe do pior nível da série histórica, de 10%, atingido em janeiro de 2010.

A economista chama atenção para o fato de que a inadimplência tem avançado mais entre famílias com renda inferior a dez salários mínimos, cujo perfil de endividamento desfavorável em termos de prazo e custo do crédito. Já as famílias com renda superior a dez salários mínimos costumam buscar modalidades de financiamento de mais longo prazo, para a compra de itens como veículos, imóveis e eletrodomésticos.

O porcentual de famílias com dívidas caiu para 62% em junho, ante 62,4% em maio, mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Foi o primeiro recuo em quatro meses. Para Marianne, a desaceleração do endividamento é condizente com o atual cenário de cautela no consumo das famílias e do mercado de trabalho, em especial a retração da renda.

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