Maior nadador da história do Brasil, Cesar Cielo pode se tornar o maior atleta brasileiro em Mundiais nesta semana. Na cidade chinesa de Hangzhou, onde será disputado o Mundial de piscina curta (25 metros), a partir desta segunda-feira às 23h30 (de Brasília), o atleta terá a oportunidade de superar o velejador Robert Scheidt para se tornar o maior medalhista do Brasil na principal competição das modalidades fora dos Jogos Olímpicos.
Cielo ostenta no momento os mesmos 17 pódios do compatriota. Ou seja, só precisa de mais uma medalha para se isolar nesta marca histórica. Na quantidade de medalhas de ouro, Scheidt leva pequena vantagem: 13 contra 11, sem levar em conta o título mundial júnior do velejador em 1991.
Apesar da expectativa, o nadador garante que a busca do recorde não é o seu maior foco na grande competição. “Na verdade, isso não faz parte das minhas prioridades aqui na competição. Lógico que é um marco importante, não só para mim, mas para a natação também, mas a prioridade é que o Brasil tenha os melhores times nos revezamentos e eu faça o meu melhor. Se as medalhas vierem, vai ser por um bom trabalho na competição e uma consequência disso”, explicou Cielo ao Estado.
Ele vai disputar as provas dos 50 metros e dos 100m livre, além de poder ser escalado para provas de revezamento. “Não quero passar por cima de alguma escalação de revezamento para tentar pegar uma medalha a mais. A prioridade é o Brasil ter os melhores times na piscina e eu fazer minha parte, pois aí naturalmente eu vou ter uma chance boa de ultrapassar o Robert no quadro de medalhas”, disse o nadador do clube Pinheiros.
Dos 17 pódios que Cielo conquistou em Mundiais, dez deles foram em piscina curta, quando obteve cinco medalhas de ouro, uma de prata e quatro de bronze. Nos Mundiais em piscina longa (50 metros), o atleta tem seis ouros e uma prata. “Faz quatro anos que não tinha uma temporada em piscina curta. Então meu foco é ter tempos melhores que tive no Troféu José Finkel e ajudar nos revezamentos o máximo que eu puder, para conseguirmos o maior número de medalhas possível.”
Concentrado no Mundial, Cielo evita falar sobre o futuro e não crava sua aposentadoria após o Mundial. “Se me perguntar agora, vou falar que quero continuar. Mas em janeiro que eu vou decidir mesmo, se vou sentir falta da piscina ou não. Aí será mais decisivo para saber se continuo nessa pegada ainda de tentar a seleção e continuar nadando em nível mundial. Por enquanto quero só pensar na competição. É um momento que fico bem empolgado para nadar”, confessou o nadador, prestes a se tornar o maior medalhista brasileiro em Mundiais.
Cielo será um dos 20 nadadores do Brasil em Hangzhou. Como vem acontecendo nas últimas grandes competições internacionais, o time brasileiro terá um misto de nadadores experientes, como Nicholas Santos, de 38 anos, e apostas para o futuro, como Fernando Scheffer, de 20.
Mas a experiência deve pesar em favor do Brasil na piscina chinesa. Os veteranos são os mais cotados a conquistar medalhas. É o caso de Felipe Lima, que detém o melhor tempo do ano nos 50m peito. “As expectativas são as melhores possíveis. Fiz uma temporada muito boa após o Troféu José Finkel, com as etapas da Copa do Mundo. Estou em nível bem alto de competitividade e nunca cheguei tão bem em um Mundial, principalmente bem ranqueado”, afirma o nadador de 33 anos, dono de duas medalhas deste nível em piscina curta.
“Claro que nada está ganho, tem de passar por eliminatórias e semifinais para chegar à final e disputar as medalhas, mas pretendo chegar e fazer o melhor Mundial de piscina curta da minha carreira”, projetou o atleta.
Também especialista no nado peito, João Gomes Junior busca sua primeira medalha individual na competição. “É minha primeira competição de curta que venho treinando para ela. O foco é para ter um bom resultado e claro que meu objetivo principal é conquistar uma medalha individual, pois não tenho uma dessas no meu currículo”, disse o atleta ao Estado.