O governo do Peru ordenou nesta quinta-feira, 7, que suas forças armadas supervisionem as rodovias, em meio a protestos contra o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis que paralisaram o país e deixaram ao menos cinco mortos.
A medida foi anunciada em um decreto publicado no diário oficial El Peruan, que detalhou que "a Polícia Nacional do Peru mantém o controle da ordem interna, com o apoio das Forças Armadas" nas áreas de emergência. O decreto também suspende "os direitos constitucionais relativos à liberdade de trânsito em território nacional, liberdade de reunião e liberdade e segurança pessoais" na rede rodoviária.
O país está repleto de bloqueios nas estradas há mais de uma semana. Os atos ganham força à medida que a raiva aumenta com a elevação dos custos, desencadeada com a invasão russa da Ucrânia.
O Peru está enfrentando sua maior taxa de inflação em um quarto de século. O presidente Pedro Castillo se esforçou para apresentar soluções significativas. Esta semana, ele decretou toque de recolher em Lima para tentar reprimir a dissidência. A medida, porém, foi desafiada por milhares de pessoas que tomaram as ruas em protestos que se tornaram violentos e acabou suspensa.
O governo cortou impostos sobre combustíveis e aumentou o salário mínimo e também propôs isentar alimentos essenciais do imposto sobre vendas. Castillo, que era camponês e professor antes de assumir o cargo, também está em uma situação política precária.
Seus índices de aprovação caíram para 19%, um recorde de baixa de acordo com uma pesquisa da Datum publicada nesta quinta-feira. Recentemente, ele sobreviveu a um segundo impeachment em menos de um ano no cargo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)