Venezuela e Peru restabeleceram relações diplomáticas após quase quatro anos rompidos. A retomada dos laços entre os dois países foi facilitada pela eleição de Pedro Castillo, sindicalista de extrema esquerda, que assumiu a presidência do Peru em julho. Em setembro, Castillo se reuniu com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante a sexta cúpula da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac).
A relação entre Peru e Venezuela sempre foi conturbada. Caracas rompeu relações com Lima em 1992, após o autogolpe dado pelo então presidente peruano Alberto Fujimori. No mesmo ano, diversos militares venezuelanos fugiram para o Peru após fracassarem em uma tentativa de derrubar o presidente da Venezuela, Carlos Andrés Pérez.
O rompimento mais recente ocorreu em 2017, quando o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela assumiu as funções da Assembleia Nacional, comandada pela oposição. O presidente do Peru, o conservador Pedro Pablo Kuczynski, retirou seu embaixador em Caracas, Mario López Chávarri. "Condeno a ruptura democrática na Venezuela. Retiro de maneira definitiva o meu embaixador", escreveu Kuczynski em sua conta no Twitter.
Nos últimos quatro anos, o Peru sempre foi um espinho na garganta de Maduro. Em 2017, chanceleres de 14 países latino-americanos criaram na capital peruana o Grupo de Lima, para monitorar a situação na Venezuela.
Com a eleição de Castillo, no entanto, as coisas mudaram. Em comunicado, Maduro nomeou Alexander Yánez Deleuze como novo embaixador venezuelano em Lima, dizendo que as relações entre os dois países entravam em "uma nova etapa". Ao mesmo tempo, Castillo designou Richard Rojas García como embaixador do Peru em Caracas.