Peru volta a se confinar e veta viagens do Brasil por segunda onda de covid-19

O presidente interino do Peru, Francisco Sagasti, anunciou nesta terça-feira, 26, uma quarentena total para Lima e para um terço do país de 31 de janeiro a 14 de fevereiro. O país também proibiu voos vindos do Brasil e da Europa com o objetivo de conter o aumento de casos provocado pela segunda onda de covid-19.
"Nos últimos dias, testemunhamos o rápido aumento de contágios por covid-19. Todos devemos contribuir para que o sofrimento não se estenda a novas pessoas", disse Sagasti, ao justificar a medida durante um pronunciamento surpresa à nação. "Aprovamos um conjunto de medidas direcionadas que têm como objetivo controlar a expansão da pandemia".

A segunda onda atinge sem trégua várias regiões peruanas desde o início de janeiro, após as festas de fim de ano. O número de contágios diários aumentou de mil para mais de cinco mil, e as mortes dispararam de uma média de 40 por dia para mais de 100.

A quarentena será obrigatória e deve reduzir a circulação de 16,4 milhões de habitantes – metade da população do país. O governo também determinou o fechamento de igrejas, cassinos e academias. Apenas estabelecimentos comerciais essenciais como mercados, farmácias e bancos poderão funcionar.

As regiões envolvidas são Lima, Ancash, Pasco, Huánuco, Junín, Huancavelica, Ica, Apurímac e El Callao, onde os casos confirmados dispararam desde o início de janeiro. Nas demais regiões do país são mantidas as restrições do toque de recolher e a proibição de reuniões sociais.

O governo também prolongou até 14 de fevereiro a proibição de voos da Europa e incluiu o Brasil nesta relação devido à nova cepa do coronavírus descoberta no país vizinho.

Até terça-feira, 26, o Peru acumulava 40.107 mortes por covid-19, após registrar 220 óbitos pela doença nas últimas 24 horas. O número não era registrado desde o pior momento da pandemia no país, entre julho e setembro de 2020. O total de infecções chegou a 1,1 milhão, com 4.444 novos casos confirmados.

<b>Vacinas</b>

Sagasti disse que as vacinas são a saída para a crise e prometeu celeridade no recebimento dos imunizantes. Ele disse que o primeiro milhão de uma encomenda de 38 milhões de doses da vacina da Sinopharm chegará "nos próximos dias". A campanha de inoculação começará em fevereiro.

O Peru também tem acordo para comprar 14 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca-Oxford. Seus reguladores ainda estão avaliando os pedidos de uso de emergência do Instituto Gamaleya da Rússia, que produz a Sputnik V, e da Pfizer. (Com agências internacionais).

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