Mathias Alencastro foi convidado pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ser seu assessor especial na pasta. Doutor pela Universidade de Oxford e colunista do jornal <i>Folha de S. Paulo</i>, Alencastro já ensinou relações internacionais da Universidade Federal do ABC. Próximo de Haddad, ele deve assumir a assessoria internacional no gabinete do ministro.
Em artigo recente, Alencastro escreveu que a eleição de Lula, e a derrota do primeiro governo abertamente "ecocida" da história, encerra um ciclo de turbulência na diplomacia climática iniciado pela saída dos Estados Unidos dos Acordos de Paris em 2017. Segundo ele, depois de anos de dificuldades, a União Europeia foi obrigada a fazer a transição energética na marra, pressionada pela guerra.
"O choque da guerra está estimulando os países do Sul a acelerarem a sua entrada na era pós-carbono. Mas todo o cuidado é pouco. Mal implementadas, as políticas públicas verdes podem provocar revoltas sociais, como no caso dos Coletes Amarelos na França", diz Alencastro no artigo.
Ele também foi um dos primeiros a fazer uma análise sobre a chapa Lula-Alckmin no trabalho "Ruptura e Coalizão: A chapa Lula-Alckmin e a recomposição partidária das democracias liberais".
"A chapa Lula-Alckmin não é apenas um produto das transformações da esquerda. Ela é uma resposta ao dilema da social-democracia no século 21 que de modo mais ou menos dramático afeta todas as democracias liberais", destacou ele no artigo.