Economia

Pesquisas anuais e IPP explicam principais mudanças no PIB de 2012, diz IBGE

As revisões acentuadas no Produto Interno Bruto (PIB) da indústria e na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) de 2012 foram provocadas pela entrada de informações das pesquisas anuais, mas também pela nova metodologia de cálculo das Contas Anuais, que desconta em alguns casos a inflação registrada pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira, 17, as Contas Nacionais Anuais definitivas referentes a 2012 e 2013. Em 2012, o PIB da indústria saiu de ligeira alta de 0,1% para queda de 0,7%. O desempenho da indústria extrativa foi revista de -0,8% para -2,1% no ano, enquanto a indústria de transformação passou de -0,9% para -2,4%.

“A extração de petróleo está limitado no dado (do PIB) trimestral aos volumes de petróleo produzidos. Na conta anual, a gente inclui toda uma estimativa de serviços que a indústria presta para isso”, explicou Cristiano Martins, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

Segundo ele, entra no cálculo definitivo o gasto com serviços para a extração de petróleo, que pode ter aumentado sem que a Petrobras tenha elevado a sua produção.

No caso da indústria de transformação, os dados trimestrais do PIB consideram também apenas o volume de produção da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), enquanto que os dados anuais absorvem o detalhamento da Pesquisa Industrial Anual (PIA) e mais o desconto da inflação medida pelo IPP, também apurado pelo IBGE.

Enquanto houve piora na indústria, a FBCF saiu de uma queda de 0,6% em 2012 para alta de 0,8%.

“Na FBCF, teve revisão tanto na construção quanto na parte de máquinas e equipamentos. Em máquinas e equipamentos a gente passa a ter revisões mais fortes, porque passa a ter dados da PIA e com mensuração nova de volume e preço”, explicou Martins, defendendo que a mensuração de valor é melhor do que a de quantidade para máquinas e equipamentos.

“No (PIB) trimestral, a gente não tem valor para fazer esse cálculo. A gente usa só a quantidade”, justificou.

Em relação à construção, houve impacto da entrada dos dados da Pesquisa Anual da Construção Civil, que traz mais detalhamentos sobre o desempenho do setor.

O IBGE revisou o crescimento do PIB de 2012 de 1,8% para 1,9%.

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