O primeiro encontro do repórter com Peter Jackson foi em Veneza, em 1994, quando ele mostrou Almas Gêmeas. Reencontro com o diretor em Londres, na companhia da produtora Philippa Boyens.
Falou-se demais na coletiva no Hobbit como literatura infantil, mas o filme não é…
Foi porque fizemos O Senhor dos Anéis antes. Para dar unidade às duas trilogias, foi precioso manter o tom. Drama e complexidade narrativa.
Você reviu O Senhor dos Anéis antes de encarar O Hobbit?
Em geral, espero 20 anos para rever meus filmes. Estou planejando rever Almas Gêmeas, que é um dos meus filmes preferidos. Mas revi partes do Anel, sim.
E…?
Perguntei-me, honestamente, como fizemos aquilo.
E como conseguiu?
Mal sei administrar meus e-mails. O segredo foi me cercar de uma equipe notável, que me permitiu recriar o universo de Tolkien na tela.
Sem a motion capture não existiria o Gollum…
Toda a técnica de O Senhor dos Anéis e do Hobbit, incluindo a motion capture, foi ferramenta para contar a história e captar a alma do ator, Andy Serkis.
Tolkien pode ser grande, mas você teve de aprimorá-lo. Bard, o arqueiro, é melhor nos filmes…
Tolkien foi sempre a bússola, mas, com o risco de parecer crítico, Bard é mesmo pouco desenvolvido no livro. Foi preciso fazê-lo crescer.
Você deve ser herói na Nova Zelândia. Colocou o país no mapa, criou uma indústria…
Philippa: Peter nunca quis ser herói. E nós só temos de agradecer. Do governo ao mais anônimo trabalhador, a grandeza dos filmes é um esforço coletivo./ L.C.M.