O petróleo fechou em alta, em dia de dólar fraco e apetite por risco aguçado. As expectativas de que os ciclos de aperto monetário no mundo estejam chegando ao fim foram reforçadas por nova rodada de dados amenos do mercado de trabalho americano e por manutenção de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 2,51% (US$ 2,02), a US$ 82,46 o barril. Enquanto isso, o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 2,62% (US$ 2,22), a US$ 86,85 o barril.
A desvalorização da moeda americana tende a apoiar a cotação das commodities, uma vez que as torna mais baratas para operadores de outras divisas. "O dólar mais fraco, juntamente com a melhoria mais ampla no sentimento de risco, está ajudando a impulsionar os preços do petróleo, à medida que o otimismo com as projeções para a demanda crescem", comentou o analista Michael Hewson, da CMC Markets.
As perspectivas para a trajetória de juros de economias avançadas estão mais amenas após o Federal Reserve (Fed) e o BoE escolherem manter sua política monetária inalterada. "Com o BoE seguindo o Federal Reserve (Fed) na manutenção das taxas ontem, aumenta a esperança de que terminamos os aumentos dos juros e que a inflação continuará abrandando", disse Hewson.
Dados publicados hoje reforçaram ainda mais esse entendimento, ao mostrarem que o custo unitário da mão de obra nos Estados Unidos recuou no terceiro trimestre de 2023, quando o mercado esperava uma alta. Já o número de pedidos de auxílio-desemprego no país subiu um pouco mais que o previsto.
"Todos os indicadores de emprego recentes apontam para um arrefecimento do mercado de trabalho nos EUA", avaliou o analista da Oanda Edward Moya. "Os traders do setor de energia estão começando a acreditar que um pico do dólar esteja em vigor, pois parece provável que o Fed tenha terminado o ciclo de aperto monetário, dada a recente fraqueza do mercado de trabalho", completou.