Estadão

Petróleo fecha em alta, com riscos de escalada da guerra no Oriente Médio de volta ao radar

O preço do petróleo fechou em território positivo nesta quarta-feira, 25, apoiado pelas especulações sobre uma eventual escalada da guerra entre Israel e Hamas. A valorização reflete um movimento especulativo de que um possível envolvimento de grandes produtores de petróleo, como Irã e EUA, poderia resultar problemas na oferta.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 1,97% (US$ 1,65), a US$ 85,39 o barril, enquanto o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 2,24% (US$ 1,96), a US$ 89,12 o barril.

Uma série de notícias sobre o conflito do Oriente Médio roubou a atenção dos traders nestas sessão. O <i>Wall Street Journal</i> reportou que combatentes do Hamas teriam realizado treinamentos em território iraniano antes dos ataques a Israel em 7 de outubro.

A possibilidade de o Irã entrar de vez na guerra é um dos riscos altistas mais monitorados pelo mercado, uma vez que a aplicação de mais sanções ao país ou de interrupções na sua produção teriam implicações substanciais para a oferta global.

Ainda no noticiário, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, voltou a dizer que estão se preparando para uma invasão terrestre, embora não tenha dado maiores detalhes. Antes disso, os Estados Unidos haviam pedido que Tel-Aviv atrasasse a investida por terra à Faixa de Gaza, enquanto o governo americano envia equipamento bélico para os israelenses, segundo fontes citadas pela <i>Dow Jones Newswires</i>. O adiamento do tal ataque era um dos fatores que vinham contendo os preços do petróleo nos últimos dias.

Volátil, a cotação deverá continuar a responder aos desdobramentos da guerra, segundo a casa de análise ActivTrades. "Se as tensões vierem a baixar, então o petróleo pode se debilitar de novo", disse, em relatório. Os riscos do conflito se sobrepuseram ao aumento nos estoques americanos de petróleo – uma informação de fundamento baixista para a commodity.

Entre outros drivers bearish (pessimistas), o setor acompanhou a reportagem da <i>Reuters</i> segundo a qual a estatal venezuelana PDVSA assinou pelo menos dois novos contratos à vista para exportar petróleo e cimento de asfalto, exigindo pagamento antecipado em euros.

A consultoria Capital Economics apontou ainda que um esperado aumento na produção argentina no próximo ano deverá reduzir um pouco do déficit projetado, ainda que não tenha um impacto significativo na oferta global.

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