O petróleo fechou em alta nesta sessão, em dia de apetite por risco aguçado globalmente e com o mercado de olho em sinais de aperto na oferta global. Mesmo assim, a commodity se desvalorizou quando comparado com a sexta-feira passada, 3, marcando a terceira semana consecutiva de perdas.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 1,89% (+US$ 1,43), a US$ 77,17 o barril. Enquanto isso, o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 1,77% (US$ 1,42), a US$ 81,43 o barril. No acumulado da semana, o WTI cedeu 4,14% e o Brent caiu 4,07%.
O TD Securities afirma que o movimento da commodity nos últimos dias sinaliza para um arrefecimento do prêmio de risco relacionado à guerra no Oriente Médio. O banco também menciona os relatos de aumento nas exportações da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) como um dos fatores que pressionaram as cotações nesta semana.
Porém, os mercados acompanharam ontem à noite o alerta do ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, de que uma expansão da guerra entre Israel e Hamas para o Oriente Médio parece inevitável. O risco de um envolvimento no conflito de países da região, principalmente o Irã, era um dos mais monitorados, à medida que pode resultar em interrupções nas operações de grandes produtores de petróleo.
Reforçando a percepção de aperto no mercado, o Iraque reafirmou o seu compromisso com o acordo da Opep+ que limita as produções de petróleo, após circularem notícias de que Bagdá teria elevado suas importações.
Em mais uma sinalização de oferta restrita, o número de poços e plataformas de petróleo em operação nos EUA caiu na semana, segundo o Baker Hughes. Ademais, esse foi um pregão no geral positivo para ativos considerados de risco – como o petróleo -, em meio a um alívio nos juros dos Treasuries.
A Capital Economics acredita que o mercado de petróleo ficará mais balanceado nos próximos meses. "Ainda há o risco de a Opep+ decidir aumentar os cortes de produção, se os preços caírem mais. Então estamos mantendo nossa projeção para o barril do Brent terminar este ano e o próximo por volta de US$ 85", disse a consultoria em relatório.