Estadão

Petróleo fecha em alta e repõe perdas em semana de Fed e expectativa sobre consumo dos EUA

Os contratos futuros de petróleo fecharam com alta superior a 2,5% nesta segunda-feira, 10, após semana dominada por perdas, com o barril do tipo Brent recuperando o patamar dos US$ 80. O avanço pode ser atribuído a expectativas relacionadas à pauta da semana, que inclui reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), dados da inflação dos Estados Unidos e relatórios mensais da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e da Agência Internacional de Energia (AIE). Pesaram, também, expectativas sobre o consumo de combustível na chamada "driving season", no verão norte-americano, quando as famílias viajam mais em movimento que puxa os preços do óleo bruto para cima.

O WTI para julho fechou em alta de 2,93% (US$ 2,21), a US$ 77,74 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto subiu 2,52% (US$ 2,01), a US$ 81,63 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A previsão sobre o aumento da demanda americana consta de relatório do banco Goldman Sachs, segundo o qual o Brent pode bater a casa dos US$ 86 no terceiro trimestre do ano, sobretudo no período que vai de julho até a primeira semana de setembro. No documento, o Goldman Sachs fala em "força do verão" e "procura sólida por transporte e refrigeração". Mas ainda há dúvidas sobre o movimento. Mas como já mostrou o <i>Broadcast</i> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), parte dos analistas está cética quanto ao cenário desenhado pelo banco.

O ex-presidente do IBP, Eberaldo de Almeida, por exemplo, diz que os juros e inflação altos devem ainda segurar o ímpeto de consumo das famílias americanas no verão, repetindo o padrão de alta moderada de 2023.

Com relação aos relatórios esperados para essa semana, há possibilidade de a Opep admitir uma procura global de petróleo mais fraca do que vem informando, o que poderia voltar a deprimir as cotações. Hoje, a estimativa de crescimento da procura da Opep de 2,2 milhões de barris por dia para 2024 é o dobro previsão da AIE. Há a possibilidade de o grupo começar a reduzir gradualmente alguns cortes de produção após setembro, contribuindo para uma terceira perda semanal consecutiva para o petróleo.

<b>Geopolítica</b>

Ainda que não faça preço, a escalada das tensões na guerra da Ucrânia, com o aval de Estados Unidos e Reino Unido à intensificação dos ataques de Kiev à Moscou e o aceno de reforços relacionados à equipamentos, como os da França, pode desestabilizar o volume das exportações russas, caso ataques à refinarias se mostrem efetivos, avalia o Navellier.

Entre os alvos também podem estar terminais de exportação e ferrovias, além do oleoduto russo do Ártico, o que poderia desencadear nova disparada dos preços, diz a gestora de ativos em relatório enviado a clientes. O petróleo russo supre, sobretudo, mercados asiáticos, como de China e Rússia.

<i>*Com informações da Dow Jones Newswires</i>

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