O petróleo fechou em alta nesta terça-feira, 19, em meio a expectativas por aumento na demanda global, diante de tensões geopolíticas, resiliência da economia dos EUA e recuperação do crescimento na China. Contudo, analistas alertam que o "otimismo" pode ter fôlego curto, revertendo os ganhos recentes do óleo.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para maio fechou em alta de 0,69% (US$ 0,57), a US$ 82,73 o barril, enquanto o Brent para maio subiu 0,56% (US$ 0,49), a US$ 87,38 o barril, na ICE.
Com o rali desta terça, os petróleos WTI e Brent renovaram o maior nível desde novembro de 2023 nas máximas intraday, a US$ 83,12 e US$ 87,70, respectivamente. Em nota, o UBS observou que o movimento ocorre em resposta aos sinais de um mercado de energia mais apertado, apesar do fortalecimento do dólar, que tende a encarecer a commodity para detentores de outras moedas. O banco suíço destacou que os dados de demanda têm sido positivos até o momento.
Em geral, analistas apontam que esta perspectiva de aperto na oferta do óleo resulta de um conjunto de fatores: a extensão nos cortes voluntários de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), os ataques da Ucrânia em refinarias da Rússia e sinais de demanda e crescimento econômico dos EUA e da China.
Contudo, o TD Securities alerta que isso deixa os mercados de energia "vulneráveis ao declínio no sentimento de demanda". "Os algoritmos estão menos dispostos a prover apoio para o petróleo bruto, onde o prêmio de risco de oferta está baixo e reduz o piso para os preços, deixando os mercados vulneráveis a uma decepção no lado da demanda", afirmou o banco de investimentos.
O Julius Baer também vê fôlego limitado para o rali, considerando que o mercado de energia saiu de um estado de "escassez" para um de "abundância". "Temos dificuldade em compartilhar o otimismo sobre aumento da demanda e preços. A força recente do petróleo e do ouro é guiada em maior parte por sentimento, ao invés de fundamentos, e reverterá a tendência ao longo do ano", projetou o banco. No cenário do Julius Baer, os preços do petróleo devem cair a aproximadamente US$ 70 o barril em 2024.