Estadão

Petróleo fecha em baixa, após fala de Putin sobre exportação de energia russa

O petróleo voltou a recuar nesta quinta-feira, 10, pressionado por comentários do presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantindo que exportações de commodities energéticas do país continuam sendo feitas, inclusive por meio da Ucrânia, país invadido por forças russas há duas semanas.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para o mês que vem fechou em baixa de 2,47% (US$ 2,68), a US$ 106,02, enquanto o do Brent para maio cedeu 1,63% (US$ 1,81) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 109,33.

Mais cedo, os contratos subiam após líderes russos e ucranianos falharem em avançar por um acordo diplomático que encerre o conflito no Leste Europeu. Os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e Ucrânia, Dmytro Kuleba, viajaram à Turquia para discutir o conflito entre os dois países.

Ambos relataram que não houve progresso nas negociações por um cessar-fogo, com Lavrov ressaltando que sequer tinha autorização para negociar este tópico, que deverá ser abordado somente por delegações em Belarus.

O movimento de alta do óleo se inverteu após Putin afirmar, de acordo com relatos na imprensa internacional, que a Rússia segue exportando petróleo e gás produzido no país por meio da Ucrânia. A fala aliviou tensões quanto a um aperto ainda maior da oferta no curto prazo.

A visão da Capital Economics, porém, é pessimista. Para a consultoria, a produção russa do óleo deve reduzir ao longo deste ano sob o peso das sanções do Ocidente, que reduzem a base de clientes dos produtores locais.

Caso ocorra um "cenário extremo" de banimento completo das importações de energia da Rússia pelo Ocidente, o barril do petróleo deve ficar acima de US$ 100 para além de 2022. Caso isso não ocorra, os preços devem reduzir ao nível de US$ 100 à medida que o ano termina, prevê a consultoria.

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