O petróleo fechou em queda nesta sexta-feira, 1º de dezembro, encerrando uma semana marcada pelas incertezas sobre a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que resultou em cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia (bpd).
O petróleo WTI para janeiro fechou em baixa de 2,49% (US$ 1,89), a US$ 74,07 o barril. O Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 2,45% (US$ 1,98), a US$ 78,88 o barril. Na semana, tanto o WTI quanto o Brent acumularam perda em torno de 1%.
"Os preços de petróleo viram outra semana decepcionante, à medida que os mercados continuam céticos de que a promessa da Opep+ de cortar a oferta em mais 1 milhão bpd será cumprida. Já vimos divisões entre alguns membros e o consenso pode se fraturar ainda mais quanto mais tempo passar", comentou o analista Michael Hewson, da CMC Markets.
O cartel não determinou um corte conjunto à oferta, ficando a cargo de alguns países-membros restringirem voluntariamente suas produções. Além disso, a Angola expressou insatisfação com a revisão para baixo da sua meta de produção para 2024, proposta pela Opep.
"Parece que os traders não estão acreditando que os membros cumprirão com os cortes, ou não os consideram suficientes. Ou, claro, que a falta de compromisso formal sugere fraturas dentro da aliança que poderiam afetar a sua capacidade de atingir os seus objetivos ou de restringir ainda mais a oferta se for necessário", escreveu o analista da Oanda Craig Erlam em relatório.
A Capital Economics também avalia que há uma "evidente dissidência" entre os países-membros, e que a escala dos cortes parece ter decepcionado o mercado. Em sua visão, os cortes anunciados vão empurrar o mercado a um pequeno déficit na primeira metade de 2024, deixando o barril do Brent a cerca de US$ 85. Mas a consultoria alerta que há sinais renovados de que muitos membros do grupo estão agitando para elevar suas produções.
"Suspeitamos que o próximo passo da OPEP+ será aumentar a produção e que todas as restrições voluntárias anunciados serão gradualmente anuladas até o fim de 2024", prevê a consultoria.